Tuesday, December 09, 2014

Brevidade

Ama como quem descasca uma laranja
Que a vida é breve
E plena
Desata o nó do que foi
Não moverá uma coluna por ti
Não se atire ao porvir
É incerto, impreciso e escorregadio
Vive uma gota por vez
Que no silêncio inexorável das horas
A vida é breve
Breve, breve, breve.

Alyne Costa
1.3.14

Brevidade

Ama a vida como quem descasca uma laranja
Que a vida é breve
E plena
Desata o nó do que foi
Não moverá uma coluna por ti
Não se atire ao porvir
É incerto, impreciso e escorregadio
Vive uma gota por vez
Que no silêncio inexorável das horas
A vida é breve
Breve, breve, breve.

Alyne Costa
1.3.14

Saturday, November 29, 2014

Comendo Poesia

O poeta pintou na testa um poema azul
Que dizia que todos eram loucos e amavam
O poeta deu a volta ao mundo em sua bicicleta amarela
Era poeta e era tagarela
O poeta musicou a avarez da tia
Eu não quero dinheiro
Sorria e dizia
Amanhã:
Eu vou comer poesia!

Alyne Costa
29.11.14

Monday, July 28, 2014

A Camponesa

Hoje eu sou a camponesa vestida de azul
Me embrenhando na mata escura
Dando adeus à amargura
Hoje eu sou a camponesa sem terra
Com as mãos calejadas
De facão e enxada
Tiro do cio da terra meu de comer
Meus filhos trazem risos soltos
E eu fico à espreita do que pode lhes causar dor
Hoje eu sou a camponesa vestida de amor
Muitas vezes injustiçada, calada, ameaçada
Ante o sereno e a madrugada
Mas tenho um companheiro que me ama
E o cio enfeita de prazer a nossa cama
Hoje eu sou a camponesa vestida de vida
De roupa alegre e atrevida
E miro a flor que me destes de presente
Sou fêmea e sou diferente
Na busca da lida e do pão
Sou rezadeira e tranquila
Minhas comadres são minhas irmãs
Cada uma com uma cor que é sua
Dançando ciranda sob a luz da lua

Alyne Costa
28/07/14

Insspirado lo Livro "Dez Mulheres Muitas Vidas" de Scheilla Gumes e Adenor Gondim

Saturday, June 21, 2014

Desencanto

Ele reclama porque me sento de pernas cruzadas
Meus delírios retornam
E eu não durmo
Imagino o apocalipse
Desconfio de todos
E sinto muito medo
Ele pergunta a  razão da ausência do meeu sorriso
Mas  eu sou triste
Tenho uma dor profunda que persiste
Ele é alegre
Leve e comunicativo
Eu me trancafio nas minhas fraquezas
Meu encaanto partiu
Pra algum lugaar deserto
E ainda assim
Quero eele por perto

Alyne Costa
21/06/14

Thursday, June 19, 2014

Casa


No Pé de Oiti os pássaros bailam
A minha morada é um ninho
De passarrinho
E de vez em quando esqueço as cortinas abertas
Dores querem adentrar pelas frestas
Não permito!
Solto um grito histérico
Hoje a casa é suavidade
É feriado e chuva
Meu recanto nessa cidade
Me aconchego na velha colcha de retalhos
A minha casa não é pequena
E sob medida pro meu amor.

Alyne Costa
19/06/14

Canção

Faz frio
Tomo um cafe
Assisto uma partida de futebol
E esqueço o cigarro
A pressão abaixa
O sorriso de Jô voa na cozinha
Quero fazer um poema
Que a mão trema
Que os anjos sorriam
Que a   tarde caia
Como cai um corpo abatido
Quero fazer um poema
Que denuncie a   violência
Que acenda uma nova crença

Alyne Costa
14/06/14

Saturday, June 07, 2014

Desatino

Suor frio nas mãos,
escrevo um poema
Perdida num labirinto
Já não sei o que sinto
Um calafrrio me percorre a espinha
Ele usa calcinha
Ela luta box e ouve rockn'roll
Um profeta seem barbas
lê o apocaalipse numa bíblia ensebada.
Quero a singeleza do meu Divino.
O seu riso de menino,
meu desatino.

Alyne Costa
3/06/14

Leitora

Sob a luz do candeeiro
Uma procissão de sombras
e um canto tardio de um coqui
Os calos das mãos
O vulto na serra
Vozes que violam os tímpanos
O sangue jorra sobre o papel
Um conto de moçaa tonta,
perfura de punhal meu coração
E, sem manobra,
se misturam
Autor e obra
As vozes se calam
E, em sonho, uma festa.
A cinta liga da pin up não cabe em mim.
Nem o vestido azul de cetim.
Sou leitora voraz
Com picos de pressão
E aao caair da tarde
o sol desce a serra
e vê meu olho na escuridão.

Alyne Costa
3/06/14
Para Dênisson Padilha Filho.

Friday, May 30, 2014

Outono em Mim


O outono me nubla
Espero cair a madrugada
Tenho medo da morte
E até tenho sorte
Gosto de sorrisos discretos
E o outono me silencia
O vento me acaricia
E eu procuro uma cadeira de balanço
Já não tenho tempo para asperezas
Quero a suavidade do meu roupão
E um sabonete novo
O outono me prende no porão
E fujo na ponta dos pés
Sinto sua presença
Hipertensa
O outono mede minha pressão
E eu sigo
Na contramão

Alyne Costa
29/05/114

Carolina

Antes da madrugada chegar serei outra
Rasgarei a ansiedade e atearei fogo
Lembrarei dos beeija-flores
Com suas mensagens de anjos
Ontem sai na janela
E beijei a flor mais bela
A flor mais bela era Carolina
Uma mulher ainda menina
Com sorriso fonte de luz
E antes da madrugada chegar
Caarolina irá me abraçar
Com suas mãos encantadas
Me narrará um conto de fadas
E cantará a canção mais bela
Com a melodia típica dela
E antes de eu dormir
Caarolina me fará sorrir

Alyne Costa
29/05/14



Bacu Pari


O rio da minha infância virou esgoto
Morreu o Bacu Pari
Com suas lavadeeiras
Com seus meninos pescando piaba
O rio morreu como morrem as lembranças
Sinto frio e tenho medo
Queria ao menos lavar meu pé
E ouvir as cantorias das crianças
Morada da minha alegria
Ouvir a risaria das mulheres
Com suas trouxas de roupas
O Bacu Pari mora na minha memória
Virou encanto
Virou história

Alyne Costa
29/05/14





Wednesday, May 28, 2014

Na Livraria



Não, eu não vou correr do medo
Vou adestrá-lo
Também não vou morrer de ciúme
Vou domá-lo
A minha febre é à tardinha
E uma força bruta fezz nascer este poema
Café
Água com gás
A mulher carrega uma crriança de colo
E guarda um canivete
Quando me vê, sorri
Não veejo graça nenhuma
Fico séria
Miséria
Os miseráveis de todo o mundo
Querem invadir o poema
Os loucos não saabem que hoje é domingo
E não se importam see  amanhã é segunda-feira
Não, eu não vou morrer de fome
Vou salvar a fome num pen-drive.

Alyne Costa
25/05/14

Friday, May 23, 2014

Sereei Sua


Não é hora de ler Clarice
Nem de amamentar bezerros
É hora de refletir
Sobre o que me disse
Queria beijar seus olhos
Tão cheios de luz
É tempo de confissão.
Padre, dá-me um abrigo
Me aponta uma direção
Aquele cheiro de macho
Me invadindo as narinas
Tua boca tão próxima
E eu sem norte
Meio vesga, talvez
Faço uma promessa olhando a lua:
Serei sua!

Alyne Costa
23/05/14