Monday, July 28, 2014

A Camponesa

Hoje eu sou a camponesa vestida de azul
Me embrenhando na mata escura
Dando adeus à amargura
Hoje eu sou a camponesa sem terra
Com as mãos calejadas
De facão e enxada
Tiro do cio da terra meu de comer
Meus filhos trazem risos soltos
E eu fico à espreita do que pode lhes causar dor
Hoje eu sou a camponesa vestida de amor
Muitas vezes injustiçada, calada, ameaçada
Ante o sereno e a madrugada
Mas tenho um companheiro que me ama
E o cio enfeita de prazer a nossa cama
Hoje eu sou a camponesa vestida de vida
De roupa alegre e atrevida
E miro a flor que me destes de presente
Sou fêmea e sou diferente
Na busca da lida e do pão
Sou rezadeira e tranquila
Minhas comadres são minhas irmãs
Cada uma com uma cor que é sua
Dançando ciranda sob a luz da lua

Alyne Costa
28/07/14

Insspirado lo Livro "Dez Mulheres Muitas Vidas" de Scheilla Gumes e Adenor Gondim