Friday, September 14, 2018

O Poeta Que Encantava Flores

Era um mago da poesia
Usava candura e magia
Fazia violetas encantadas
E girassóis voadores
Era triste, mas sem lamúrias
Conversava com tulipas que viravam fadas
E espalhava paz onde passava
Os generais cobria de margaridas
E eles sorriam como meninos em patinetes
O poeta ressuscitava hortaliças
Alecrim e manjericão
O quintal dos seus sonhos
Era a lua no céu em sua imensidão.

Alyne Costa, 14.09.18

Tuesday, September 11, 2018

Sonho Bom

Eu tive um sonho bom
Desses que a gente não quer acordar
Sonhei que era uma jovem na beira da praia
Estudando pro vestibular
Tinha violão e capoeira
Eu via uma menina chorar
Era tanto encanto à lua cheia
Que eu amava pra nunca acabar
Éramos jovens num acampamento
Livros e cds em volta da fogueira
Meu vestido branco sujo de areia
Meu uniforme da pré-escola
Era tudo azul como céu de verão
Sonhos assim
Cabem na palma da mão
Cabem nas veias do coração.

Alyne Costa, 11.09.18

Wednesday, August 15, 2018

Reviver

Vivendo um dia de cada vez
Vejo flores e sombras no abismo
Construo uma ponte para o infinito dessa multidão
Unida e dada as mãos
Ouço uma canção celta que me traz de volta
A poesia que mora no fundo da minha alma
E andava calada
Não quero "bravos"
Quero pureza e delicadeza
Carrego as minhas dores
Abraço dores alheias
Errei e errarei mais vezes
Estou aprendendo a andar um dia de cada vez
Não tenho dúvidas
Não há talvez
Lembro o segredo do beija-flor em meu ouvido:
Voe
Seu alento é voar com o pensamento.

Alyne Costa 15-08-18

Sunday, May 06, 2018

Quarto de Hotel

No silêncio da cama desarrumada desenho a carvão
Por tantas crenças vãs
Tanto sonhos deturpados pelos intérpretes do caos
Estou só e me viro
Me viro do avesso em telefonemas
Muda, canto baixinho
Aquelas velhas canções de ninar
Lembro do seu perfume
Dos seus passos trôpegos
Do seu amor alado
Em que me levas ao céu
No cofre te dedico meus codicilos
Me dá a mão
Anda comigo
Ao longo da Avenida
Se tem dúvidas do meu amor
Não há razão
Quero o suave toque de sua mão
E sob a luz do abajour deixo endereços no guardanapo
Bebe meu amor
navega no meu céu
Vigia meu sono
Enquanto sonho
E levo meus versos no cofre
Um cigarro
Um beijo
Um cântico
E, adormecida, aguardo...
Sua fé e sua mão.

Alyne Costa, 6-05-18