Sunday, May 06, 2018

Quarto de Hotel

No silêncio da cama desarrumada desenho a carvão
Por tantas crenças vãs
Tanto sonhos deturpados pelos intérpretes do caos
Estou só e me viro
Me viro do avesso em telefonemas
Muda, canto baixinho
Aquelas velhas canções de ninar
Lembro do seu perfume
Dos seus passos trôpegos
Do seu amor alado
Em que me levas ao céu
No cofre te dedico meus codicilos
Me dá a mão
Anda comigo
Ao longo da Avenida
Se tem dúvidas do meu amor
Não há razão
Quero o suave toque de sua mão
E sob a luz do abajour deixo endereços no guardanapo
Bebe meu amor
navega no meu céu
Vigia meu sono
Enquanto sonho
E levo meus versos no cofre
Um cigarro
Um beijo
Um cântico
E, adormecida, aguardo...
Sua fé e sua mão.

Alyne Costa, 6-05-18