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Showing posts from September, 2009

Desespero de Vida

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Djanira, Anunciacão. Tentei agarrá-la pelas mãos, Escorreu-me entre os dedos. Tentei bebê-la em doses homeopaticas,a conta-gotas... Dosada. Fatou-me os efeitos colaterais. Enfrente-a só... Fez falta a dádiva maior, Dividí-la. Decidi a ela doar-me sem precaucoes. Rendida. Sobrei-me inteira e fértil. Amei o mistério impalpável, Vida! Orgasmo infinito. E quero-te assim. Com perigos e riscos. Em total desassossego. Alyne Costa setembro;2009

Antes dengosa...

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Tava me sentindo mal... Mal mesmo: corpo doído, molinha, molinha, tosse e muita tosse, tudo havia começado com uma dor de cabeça. A tese dos médicos infectologistas vinha à tona: “Só procure as emergências de hospital em último caso, gripe se cura em casa e com boa alimentação e repouso.” Mas a tese se confundia com meus sintomas, eu já me via num quarto de isolamento... Mas faltavam os vômitos, gripe suína apresenta vômitos e não vomitava, mas também não comia, não tinha o que colocar para fora. Só que os senhores médicos infectologistas das entrevistas aos telejornais se esqueceram de um pequeno detalhe legal: se alguém estuda ou trabalha precisa de atestado médico não dá para apenas comunicar a quem de direito que você está com sintomas de virose (sabe-se lá qual) e que é melhor ficar em casa repousando, tomando sopinha que abarrotar os hospitais. O fato é que a coisa foi ficando feia e eu não melhorava: emergência, não tinha outro jeito. Ninguém queria ir comigo, culpa de quem? Des...

Samba de Encomenda

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Noel Rosa, foto retirada do site www.aguaforte.com Se duvidar eu te faço um samba, amor Como aqueles de Noel Com endereço e rumo certo Com letra bordada no papel. Te faço um samba já que não sei sambar... Limpo seu uniforme Te vejo desfilar... Preparo sobremesa para após o jantar. Te dou até a malandragem que restou Na alma da poeta que não desanimou E se me prometeres qualquer carinho Eu faço um samba alegre, com jeitinho De cabocla ouriçada que aprende a sambar Para até mais tarde contigo ficar Pelas alamedas da boêmia E encomendo sobras de alegria Nem mesmo há motivo para chorar Se ainda duvidas te acordo com um samba Daqueles de carteira de gente bamba E se não tenho roupa para ir contigo Alugo com a grana de qualquer amigo Uma fantasia de passista Que sacode um samba que dorme na alma Feito de encomenda e de desafio De puro amor, loucura e desvario. Alyne Costa, 7/09/09