Segredos Existem detalhes que macularam minha alma E levaram embora a minha inocência Assim como umas marcas rabiscaram o meu rosto com o tempo Coisas que talvez nem lembre mais A fé me acalanta e me sinto calma Talvez com mais carinho e prudência Não busco novos amores ao sol q depõe contra o vento Nem signos, nem cismas, apenas um secreto depoimento Canto os instantes que sonhei Murmuros ininteligíveis do que nunca direi Seu medo, meu abrigo Seu nome em meu umbigo Magia e alforria Que sigamos os dias na distância que criamos Absortos em todos os passos que evitamos. Alyne Costa, 24/08/2025
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Da Suprema Utilidade da Poesia Porque e para que existem os poetas? Para que alguém diga a nós mesmos que o sonho faz parte da vida e, sem eles, seríamos máquinas sem afeto e as nossas próprias relações que tantas vezes nos nocauteiam sejam curadas. O poeta é, por essência, corajoso, desnudando sua alma nos diz exatamente aquilo que precisamos ouvir, como num toque divino a nos mostrar que não estamos sós. Leminski chama de loucura este estar poético de namoro eterno com o lirismo e o mundo onírico, não a loucura autodestrutiva, mas a loucura do êxtase de existir. Sem a voz dos poetas, essa voz que ressoa em cada canto de nossa alma, o mundo não seria sempre traduzido de forma singular e de formas sempre diferentes. O estar poético no mundo é um estar de privilégio e, concomitantemente de doação. O poeta nos convida a estar com ele e nos dá abrigo quando tudo parece perder sentido. A poesia é útil para que a centelha divina da criação nos dê sentidos. Sentido para...
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Lágrima Noturna Aprendi que viver é urgente E que das coisas mais certas vale muito mais um caminhar Caminho sempre e revejo pessoas E meu passo não se faz sozinho Mora nas minhas ternuras Há dentro de mim ainda um recheio de esperança Que habita a minha poesia e dança Dança com os mendigos malditos Com os órfãos aflitos Dança na solidão das minhas noites insone Dança na arrogância da moça infeliz Dança na esquina com pose de bailarina E existe até uma beleza nas despedidas A gente nunca sabe onde está o ponto final. E enquanto o galo não canta, sobra uma lágrima na garganta. Uma lágrima pelos que não aprenderam a amar. Alyne Costa
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Da Indignação ao Precipício Tem coisas que eu gosto muito, uma delas é recomeçar Recomeçar sempre, mesmo que a indiferença não aguente Recomeço todas as manhãs No café fiado No trago do cigarro Na mensagem de Alice Recomeço olhando o Oitizeiro onde os passarinhos moram Recomeço sempre e com a melhor das intenções Recomeço no passo leve de quem sabe ser honesta Recomeço e no fundo até acho graça dessa moça que não vai à Praça Acho graça dela ser tão bem comportada No fundo o seu comportamento é a medida do seu medo? Medo de morrer! Medo do que??? Medo de morrer! Alyne Costa, 07/08/2025
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Porque Escrevo? Porque escrever me é tão necessário? Escrevo porque sinto E no sentir me abrigo Escrevo porque não sou só, sou muitas Às vezes sonho, às vezes choro Às vezes calo, às vezes grito Escrevo pelo simples fato dele existir Escrevo ainda por tudo que não foi ainda vivido, apenas imaginado E porque há quimeras prossigo. Escrevo e sobrevivo. Alyne Costa, 29/07/2025 Porque Escrevo? Porque escrever me é tão necessário? Escrevo porque sinto E no sentir me abrigo Escrevo porque não sou só, sou muitas Às vezes sonho, às vezes choro Às vezes calo, às vezes grito Escrevo pelo simples fato dele existir Escrevo ainda por tudo que não foi ainda vivido, apenas imaginado E porque há quimeras prossigo. Escrevo e sobrevivo. Alyne Costa, 29/07/2025
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Sentimentos Extremos Gosto de sentir, sentir fragrâncias que me remetem a lembranças Cheiro de terra molhada ou do Patchouli que meu pai usava E tudo que sinto é extremo Minhas paixões todas são extremas Talvez, ridículas, mas são paixões A saudade que sinto também é extrema Ouço canções repetidas vezes Caminho extremamente com passos ora firmes, ora trêmulos Mas sigo A solidão fez morada em meus dias E o vento frio do inverno me abriga A vida pode ser incerta e nem sempre sabemos viver Importante é semear para depois colher E esse incomodozinho logo vai passar E um amor novo recheado de sentir intenso Me carregará pelas mãos Alyne Costa
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Solidão de véspera No inaudito dessas horas nuas Em que vago sozinha pelas ruas E a madrugada se cala ante os solstícios Somos deuses e deusas do silêncio Do silêncio insone E, nutrida pela cálida solidão das esperas... Essa mesma solidão das vésperas... Essa solidão que não tem nome Apenas rabisco meu grito Porque transmutas, ó homem? Alyne Costa. 16/07/2025