Posts

Vicente e a Borboleta Sorridente

  Vicente era um menino de 04 anos muito gentil e contente. Amava todos os binhinhos, dos rios, do mar, da terra e do ar. Queria até ser passarinho para aprender a voar. Ou quem sabe uma tartaruga-marinha para conhecer o mar? Ou um cachorrinho que pudesse viajar de fusquinha ou avião. Um gatinho, macio e fofinho que colocasse, de levinho, a mão. Um dia Vicente pediu à Mamãe um bichinho de estimação. Podia ser até um coelhinho daquesles estrela de animação. Vicente ficava um pouquinho triste, mas logo voltava a brincar. Na verdade ele já tinha seu zoológico particular. Já sabia que não era não, mas nunca na sua imaginação. No reino da imaginação de Vicente apareceu uma borboleta sorridente. Era azul e voava, melhor do que ele sonhava. De repente, Vicente fazia a borboleta ficar diferente. Virava preta e amarela, podia existir borboleta como aquela?

Lua e Mar

Image
Fotografia: Neyde Botelho Não tentes desvendar os mistérios da lua Nem desafies a amplidão do mar Atentes apenas aos segredos de minh'alma nua Quando tua carne toca a minha carne Somos um só: plenos Somos: Lua e Mar. Alyne Costa, 11/06/2025  

Pastilha

Desejo seu gosto, sabor infinito Onde me abrigo Sabor de pastilha de menta E a gente se inventa Se deseja, boceja Esse ponteiro do relógio Acena meio dia Desejo que não sacia Quer sempre mais e mais Mais e mais e mais Sou náufraga afgada em seu cais. Alyne Costa, 05/06/2025

Lilia e a Patinete Rosa Choque

Lilia voava porque andar demorava Lilia sorria porque a vida também é alegria Lilia pintava o 1, o 3, o 4 e o 7 Lilia voava de patinete Lilia tinha medo era de levar um cocre Lilia viajou pelo mundo Em seu patinete rosa choque. Alyne Costa, 25/05/2025

O Silêncio

 Talvez eu estava em silêncio  Quando falava ao vento  Mas volta e meia o dragão voltava e zombava da minha fraqueza  Vociferava a sua maldade e a sua torpeza como se quisesse domar em mim a ausência dos seus sonhos E o menino se fez monstro e me cercava com gritos ora de desdém, ora de ódio  E a musa dos seus devaneios lhe oferecia a distância  E eu assistia e mais nada falava  Porque para quem nada foi fácil O coração desaprendeu a amar. Alyne Costa, maio 

Ciclo

 Amo em ciclos que se fecham  Enquanto pela janela aberta o vento soterra as lágrimas que insistem em não cair  E lágrimas não caem por erros  Muitas vezes elas debruçam-se pelo que mão foi vivido ou dividido  Pelo que foi adiado e não foi sentido  Escolhas não são meu forte Desenho um beija-flor que alivia minhas falhas A poesia e a solidão não me bastam  Quero asas pois já não tenho tempo! Alyne Costa, 4/05/2025
 Talvez não seja amor E baste um banho quente com sabonete cheiroso  Depois preparar uma sopa de abóbora com bastante coentro  Talvez saudade de uma voz do outro lado da linha  Um frio na espinha  Talvez basta um cobertor  E a gente, meio carente, já pensa que é amor Talvez seja a noite escura, o papel, a caneta, um café Mas só pra sentir esse aroma de delícia E a gente já sabe que dura Talvez seja amor esse pão recheado de ternura. Alyne Costa, 2/05/2025