Wednesday, January 31, 2024

 Clã Destinos

 Clandestinos

 Cala Desatino

 Se atino:

 Um Hino.


Alyne Costa, 31-01-2024


Saturday, January 27, 2024

 Arde a minha pele

Se chove eu me molho

Escorre em minhas veias um tilintar de desejo

Tiro a roupa, rogo um beijo

E, entre canções e lamentos

Há pontes entre dúvidas e caminhos

Sinto seu toque e seu cheiro

Te espero...

Te quero...

Me esmero...

Com as luzes todas acesas.

Arrepios na sobremesa.


Alyne Costa, 27/01/2024

Wednesday, January 24, 2024

 Cinza

Sim, há dias tristes

Nescessário vivê-los

Sem cobertura e ao tempo

Há os sinais, as rugas, e as cicatrizes

Que não obliteram incertezas

Não faço caso algum da velhice

Que, timidamente, chega

Respeito-a com a dignidade de quem sofreu

E o reconhecimento de que também fez sofrer

Feito bicho estranho, roto, morto

Estico-me num cortume

Os meus segredos são meus

Crio versões, suturo receios

Não quero vida a conta-gotas

Quero a solidão das detentas, das castas e das freiras

Quero o silêncio do badalar dos sinos

A delícia dos hinos, mas se fui nômada feito estrela andarilha

Hoje quero o porto seguro no meu coração já maduro.


Alyne |Costa, 24/01/2024

Sunday, January 14, 2024

 

Janeiros

Esse sol que salga as minhas palavras

Esse sabor de limonada

Esse cheiro de sorvete e essa imensa alegria:

De viver

Torcer

Tomar sorvete

Derreter de desejo

Um sonho, um beijo, outro beijo, mais desejo

A orfandade me acolheu cedo

E tantos amores nascidos em janeiro de breves e lânguidos fizeram-me lenta

E janeiro esquenta

A pele

A panela

A tinta amarela

E o grande barato da vida é te ver da janela.

 

Alyne Costa, 14/01/2024

Monday, January 01, 2024

 

A minha casa, o namorado secreto e o valor do rótulo (primeiríssimas impressões)

2024 começou com tudo, dando lições e muita vontade de viver.

Primeira lição: Nâo dê a qualquer pessoa a oportunidade de te visitar, a não ser que seja um amigo ou amiga de mil anos e que te conhece do passado, do presente, ou seja, que saiba de onde você veio e percorreu algumas trilhas com você.

Mesmo que sua casa esteja um brinco, com tudo impecável e nos devidos lugares, não dê a qualquer um a oportunidade de entrar em sua casa, a sua casa é seu templo e a pessoa por que razão sei lá não vai nem ver a tela caríssima, a jóia antiga que você tem na parede, a pessoa vai se achar no direito de dizer o que ela quiser, o que ouviu num telefone sem fio, se dar ao direito de inventar até, não dê a qualquer pessoa a oportunidade de entrar em sua casa... Para isso surgiram os salões de festas e salas de jogos, blergh, é verdade, sua casa é seu templo e nela só deve entrar quem vc ama a ponto de dividir ou a vida ou alguns momentos.

Porque se aparece uma lagartixa ingênua na parede a pessoa vai discorrer uma tese de mestrado sobre animais peçonhentos e nem vai colocar um nome na lagartixa, a coitada vai passar quase que desapercebida, tá, tem um ditado que diz que quem desdenha quer comprar, a pessoa pode estar hiper bem intencionada, querendo te tirar da zona de conforto, talvez esteja empenhada de fato em te ajudar, mas até as partidas de futebol duram 90 minutos, se ficar cansativo, durma, durma mesmo, desconecta e se você acordar e ver uma libélula pule, caramba pule de alegria, dê gargalhadas porque você não vive para corresponder à expectativa de ninguém nessa vida porque só você sabe da imensa potência que vc tem perante a vida, máxime se vc contar com uma força chamada Deus.

O namorado secreto é secreto e é outra questão. Essa coisa do namorado secreto eu vi num texto da brilhante Flávia Azevedo, cara, hoje em dia tem que ser secreto, imagina que vibe boa... Fica a dica: Tem que ser secreto! Passou longe esse negócio de olho gordo, secreto porque os melhores detalhes nunca são nem devem ser revelados.

O valor do rótulo é vc se priorizar cara, não é não, a vida é muito curta e rara para você abrir mão de si mesmo. Quando eu era adolescente e haviam aquelas festas de clube ou boite, tipo festa de 15 anos, se você ficasse com alguém que só te notou no fim da festa era assinar atestado de fuleiragem, a gente dizia: Fim de feira nunca. Eu? Loba, gata, sagaz, mãe de um homem lindo, com amigas e amigos maravilhosos e cheia de eteceteras e tais e sobrevivida (ahhhh) ao furacão de um relacionamento efeito estufa, tô na vibe de: “Você não me olha, você nem chega a me ver”.

Fui, vem 2024, pode vir quente que eu estou fervendo.

Alyne Costa, 02/01/2024