Thursday, November 28, 2019

Idéia

Trago uma idéia nova
Nem fresca, nem morna
Absoluta
Como absoluto reina o sol no cosmos
Somos tão frágeis, meu bem
Tão ternos e frágeis
Como os filhos do sol
Temos a doçura dos versos de Quintana
Anotados em minha agenda de adolescente
A filosófica reflexão de um verso de Drummond
Não andemos mais com tanta pressa
Já não somos tão jovens
Veja só o viço em minha pele sumiu
As rugas denunciam o tempo
As dores nas fibras já não permitem o vigor da velocidade
Vamos com calma
Sejamos como os amantes da lua cheia
Contemplemos a vida
Como as carolas na janela
Veja como zumbem as cigarras
Na noite do tempo
Olha só o ballet dos insetos em volta da lamparina
A minha idéia era contemplarmos as estrelas
Enquanto brilham já morreram
E seu brilho dura mais que  a força de uma noite.

Alyne Costa, 28.11.19


Monday, November 25, 2019

Prece

Que a pedreira de Xangô seja alicerse para os meus passos
Que Ogun Catendê cubra a minha cara de vergonha perante tanto roubo e injustiça
Que  eu continue fonte fértil e caridosa
Que  eu seeja verbo que flua perante as angústias que me levam ao caos
Que minha mãe Oxum continue me lavando nas cachoeiras da vida
Que o leite da minha mãe Dolores me tragam a força da raça negra
E me isentem dee todo mal
E que me devolva o riso claro da infância feliz nos colos de meus avós
Que Oxóssi proteja as matas e saalve todos os caboclos!
Que eu seja fonte de riso alegre e jamais de dor.
Que os falsos desapareçam da minhaa frente e fronte com os bolsos cheios do vil metal.
Que os honestos continuem chegando com olhos cheios de amor.
Que a minha poesia seja fonte de acesso à Justiça.
Que minhas lágrimas vertaam por gente da estirpe de Môa do Katendê.
E, que se eu nãao puder chorar, que a minha voz grite!
E que todas as pombas giras deevolvam à altura o mal que quiseram me fazer.
E que todos os dias da minha vida eeu continue honesta  e caridosa!
Mão que afaga!
Voz que perdoa!
Choro perante todas as injustiças do mundo!
E que eu seja a semente fértil de Exu!
E que nunca mais o medo cale minha voz!

Alyne Costa
25.11.19