O Filho-Poema Meu
Meu filho me furta a máquina fotográfica digital... Estréia um reino novo entre a distância que abre foço entre nós. Deita comigo sob a colcha de retalhos para eu não dizer mais que não tenho marido. Aprendeu a madrugar. A ter mais delícia em voltar pra casa do que ir à aula. Me acorda de noite com pés gelados, ri alto e acorda a vizinha. De vez em quando coloca meia nos pés para surpreender... Volta na hora certa para não me preocupar e aprendeu a fazer poemas. Meu filho cresce fazendo apostas com minha tristeza. Reclama, birra, faz greve. Brinca de ser meu dono. E eu me vejo cheia de um amor novo. Um amor tão moderno que nem cabe nas minhas velhas lições do improviso. Alyne Costa Brumado, 18 de agosto de 2007