Aprendizado

Gustav Klimt Em nossos olhares um estranho ballet de reminiscências. De dúvidas são feitas o Amor. No porão das minhas angústias não há mais nenhum medo. Nenhum sigilo ou segredo. O cofre de minh’alma arrombado. Vísceras expostas, saudades mutiladas. Meias-verdades inacabadas. Estou triste. Só isso. E sei como bem vinda é a alegria. Mas permaneço triste. Essa tristeza que parece até edificar a vida. E que, como troco, lhe dá algum sentido. Logo, logo ela passa e volto a ver meninas com tranças dançando na chuva. Mas deixa eu vivê-la: errado ou certo, aprender com ela. Deixa ela escorrer em minhas lágrimas mudas até o final. Logo amanhecerei sorrindo, cantando, dançando e feliz. É que dessa tristeza eu sou aprendiz. Alyne Costa, Julho de 2010