Aprendendo Amar

Todos os domingos pela manhã ele vai à missa e me convida. Eu não consigo me levantar porque gosto muito de dormir até mais tarde...
Aí quando ele volta sempre traz flores e coloca do lado da cama. E essas flores, sempre as mesmas, já compõem a paisagem do meu domingo.
Ele faz milagres. Me cura, me salva, me afaga e me beija.
Eu sou distraída e tenho o desespero dos poetas.
O que machuca a ele dói demais em mim e eu desabo. Porque nessa comunhão de vida, eu pude então conhecer a força de um afeto.
Na minha desordem ele acha fotografias, um velho ponche que ganhei de meus tios na infância e me traz de volta o caminho.
Mora em mim uma tristeza latente que ele não compreende porque ele é pra fora e eu pra dentro...
Ela é discurso e eu silêncio.
Ele é meta e eu improviso.
Ele é mesa ornada aos domingos, eu bóia-fria...
Mas ele é aconchego e eu também...
Somos ternura, delicadeza.
Ele foi minha mega sena.
Ele me deu disciplina.
Ele está na minha fundação e eu lhe faço mass...