A Camponesa
Hoje eu sou a camponesa vestida de azul Me embrenhando na mata escura Dando adeus à amargura Hoje eu sou a camponesa sem terra Com as mãos calejadas De facão e enxada Tiro do cio da terra meu de comer Meus filhos trazem risos soltos E eu fico à espreita do que pode lhes causar dor Hoje eu sou a camponesa vestida de amor Muitas vezes injustiçada, calada, ameaçada Ante o sereno e a madrugada Mas tenho um companheiro que me ama E o cio enfeita de prazer a nossa cama Hoje eu sou a camponesa vestida de vida De roupa alegre e atrevida E miro a flor que me destes de presente Sou fêmea e sou diferente Na busca da lida e do pão Sou rezadeira e tranquila Minhas comadres são minhas irmãs Cada uma com uma cor que é sua Dançando ciranda sob a luz da lua Alyne Costa 28/07/14 Insspirado lo Livro "Dez Mulheres Muitas Vidas" de Scheilla Gumes e Adenor Gondim