Pé na Estrada
Guardarei as violetas e as rosas meninas Lembranças e sorrisos que não se perderão nos escombros do tempo Minha lágrima é a flor maior do meu afeto Nunca secreto Não te farei moldura Nem trocarei os papéis Há sempre algo que fica num porão chamado saudade Quando se vai um amor Desmorona-se o teto da realidade Um amor não cabe em caixas de papelão Nem se esconde debaixo dos tapetes e das paredes manchadas Agora, quero andar nua no passeio público Procurar na bagunça das gavetas onde se escondeu aquele meu riso E minha boca não tocara nenhum gole de veneno Serei rio sereno... Brisa leve da vida planará por ti Te verei nobre Te dei uma bagagem de ternura Mas nunca nasci pra uma armadura E a vida breve roga por mim Talvez morrerei com flores, como morrem os poetas repletos de amores Talvez morra esquecida, como morrem os loucos e os vagabundos Mas nunca mais viverei com temores Viverei a vida como quem tem fé Como quem ama Como quem bem quer Como quem bendiz Como...