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O Poeta Que Encantava Flores

Era um mago da poesia Usava candura e magia Fazia violetas encantadas E girassóis voadores Era triste, mas sem lamúrias Conversava com tulipas que viravam fadas E espalhava paz onde passava Os generais cobria de margaridas E eles sorriam como meninos em patinetes O poeta ressuscitava hortaliças Alecrim e manjericão O quintal dos seus sonhos Era a lua no céu em sua imensidão. Alyne Costa, 14.09.18

Sonho Bom

Eu tive um sonho bom Desses que a gente não quer acordar Sonhei que era uma jovem na beira da praia Estudando pro vestibular Tinha violão e capoeira Eu via uma menina chorar Era tanto encanto à lua cheia Que eu amava pra nunca acabar Éramos jovens num acampamento Livros e cds em volta da fogueira Meu vestido branco sujo de areia Meu uniforme da pré-escola Era tudo azul como céu de verão Sonhos assim Cabem na palma da mão Cabem nas veias do coração. Alyne Costa, 11.09.18

Reviver

Vivendo um dia de cada vez Vejo flores e sombras no abismo Construo uma ponte para o infinito dessa multidão Unida e dada as mãos Ouço uma canção celta que me traz de volta A poesia que mora no fundo da minha alma E andava calada Não quero "bravos" Quero pureza e delicadeza Carrego as minhas dores Abraço dores alheias Errei e errarei mais vezes Estou aprendendo a andar um dia de cada vez Não tenho dúvidas Não há talvez Lembro o segredo do beija-flor em meu ouvido: Voe Seu alento é voar com o pensamento. Alyne Costa 15-08-18

Quarto de Hotel

No silêncio da cama desarrumada desenho a carvão Por tantas crenças vãs Tanto sonhos deturpados pelos intérpretes do caos Estou só e me viro Me viro do avesso em telefonemas Muda, canto baixinho Aquelas velhas canções de ninar Lembro do seu perfume Dos seus passos trôpegos Do seu amor alado Em que me levas ao céu No cofre te dedico meus codicilos Me dá a mão Anda comigo Ao longo da Avenida Se tem dúvidas do meu amor Não há razão Quero o suave toque de sua mão E sob a luz do abajour deixo endereços no guardanapo Bebe meu amor navega no meu céu Vigia meu sono Enquanto sonho E levo meus versos no cofre Um cigarro Um beijo Um cântico E, adormecida, aguardo... Sua fé e sua mão. Alyne Costa, 6-05-18