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Quarto de Hotel

No silêncio da cama desarrumada desenho a carvão Por tantas crenças vãs Tanto sonhos deturpados pelos intérpretes do caos Estou só e me viro Me viro do avesso em telefonemas Muda, canto baixinho Aquelas velhas canções de ninar Lembro do seu perfume Dos seus passos trôpegos Do seu amor alado Em que me levas ao céu No cofre te dedico meus codicilos Me dá a mão Anda comigo Ao longo da Avenida Se tem dúvidas do meu amor Não há razão Quero o suave toque de sua mão E sob a luz do abajour deixo endereços no guardanapo Bebe meu amor navega no meu céu Vigia meu sono Enquanto sonho E levo meus versos no cofre Um cigarro Um beijo Um cântico E, adormecida, aguardo... Sua fé e sua mão. Alyne Costa, 6-05-18