Saturday, August 18, 2007

O Filho-Poema Meu


Meu filho me furta a máquina fotográfica digital...
Estréia um reino novo entre a distância que abre foço entre nós.
Deita comigo sob a colcha de retalhos para eu não dizer mais que não tenho marido.
Aprendeu a madrugar.
A ter mais delícia em voltar pra casa do que ir à aula.
Me acorda de noite com pés gelados, ri alto e acorda a vizinha.
De vez em quando coloca meia nos pés para surpreender...
Volta na hora certa para não me preocupar e aprendeu a fazer poemas.
Meu filho cresce fazendo apostas com minha tristeza.
Reclama, birra, faz greve.
Brinca de ser meu dono.
E eu me vejo cheia de um amor novo.
Um amor tão moderno que nem cabe nas minhas velhas lições do improviso.

Alyne Costa
Brumado, 18 de agosto de 2007

1 comment:

Roberto Camara Jr. said...

Um dia ainda aprendo a escrever assim...
Muito lindo!
Bjos,