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Showing posts from February, 2008

De Amarrar

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Dame avec éventail, Klimt, 1917-18 Há os que vivem sem pressa alguma, sem dúvidas, sem angústias, sem assombros e pautados no óbvio. Para estes, ócio ou deleite, raivas, inconstâncias, temores e paixões são nuances de desequilíbrio. Esqueçam essa louca! A louca que sobrevoar a praça nua em pelo numa vassoura de cipó e assoviar: Ai deu saudade... A tereré quer lamber a vida que é dela, como só ela sente a profundidade de suas dores. “A dor é minha e de mais ninguém”. Egoísta essa maluca, não? Ultra! Eta, menina doida! Faz todo mundo rir! Por isso é bom ter a doida por perto: É riso certo! “Mais doido é quem me diz... E não é feliz... Não é feliz...” O sabor da vida não é único. Ela não me aparece num buffet de sorvetes. Hoje eu quero alegria, amanhã saudade, terça que vem coerência, no comecinho do mês duas bolas de audácia. O sabor da vida está no improviso, no riso sem sentido, na lágrima que desaba sem vergonha como que falando: Ei, eu vivo! Eu sinto! Eu caminho em p...

Ao Poeta do Giz

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Rio de Contas - Ba "Para quem precisar estar perto do céu..." Hoje eu queria fazer um poema. Um poema para acordar o poeta que dorme. O timoneiro do riso. Hoje meu verbo foi pranto. E o meu silêncio apenas abraça o jasmineiro em flor... Sobe o pé de goiaba. Treme de raiva. Treme de saudade. Treme de dor. Hoje o meu poema dorme à sombra de uma esperança. E em mim habita uma cega que vaga pelas ruas a pedido de oração. Hoje o meu poema voa junto a borboletas. E a minha impotência cala a minha ternura. Sou aquela que não compreende. Sou aquela sentada à espera de um milagre. Hoje a minha poesia é prece. Atendei-a, ó Pai. Alyne Costa Salvador, 16 de fevereiro de 2008