Friday, January 30, 2009

Noite

O Quarto, Van Gogh



Corpo suado, mal-passado
O sal do seu suor escorrendo em minha boca
Louca, insana, irresignada
Um flerte entre as duas etapas
Mais suor, mais lágrima, mais grito
Corpo queima, arde, dói
E um êxtase faz querer mais
Teu ombro como que abrigo
Mais gritos, mais dor, gemido
Chuva, chuveiro, cheiro de sabonete
E te digo as minhas loucuras
Taras, fantasias nuas
Línguas, sabores, beijos
Sôfrega, desmaio em teu abraço
Sonâmbula, balbucio frases de amor
E nesse amor menino, estamos em nó
Feito fibra que alimenta
E não arriscamos nenhum porquê.



Alyne Costa


Salvador, janeiro de 2008

1 comment:

Luciano Fraga said...

São os nós noturnos díficeis de desatar, ou somos nós que não soltamos os laços?Grande poema, abraço.