Terra Mater

Entre hortências e pés de café Sonho virar parteira E as raízes que sugam o néctar do solo me sussurram segredos antigos Que no coração da natureza tanto faz bicho ou gente Flor ou semente Beija-flores rodopiam E entre um ou outro ninho de passarinho Um vaga lume percorre a noite sozinho Sinto cheiro de vida E uma brisa leve acalanta qualquer receio Aprendo manha de serpente E a mata ganha forma de gente Já nada mais sou que parte deste ciclo da vida Vida campesina possível e real E a mão do poeta colhe as hortaliças viçosas A mão da poeta prepara um café E tudo passa a ter um sentido que a mente não compreende Porque nem tudo é passível de compreensão Basta os sinais lidos pelo coração Que atravessa a mata e escala as montanhas Que rocha, bicho, água, flores e ervas dão a lição Terra Mater, mãe da vida Da flora e fauna, da gente oprimida. Mãe de acalanto profundo. De respeito à natureza e ao mundo. Alyne Costa Maio de 2009 Para Dato e Telma