Saturday, December 05, 2009

Devaneios Pof Pof


Existe alguma ternura nos amores à distância, assim como diversas podem ser as formas de amar.
Pro coração poeta, o amor é fonte de onde jorram palavras, devaneios e novas esperanças. É que o poeta não pode sobreviver sem amar. Ou sem sua eterna busca... Ai dos que penam pelo excesso de razão. Dos que não olham pela janela as copas das árvores e não sonham ver nas alamedas tapetes de flores.
Cazuza adorava “um amor inventado”, docemente exagerado... Eu também amo escondido, faço versos melosos, caio no ridículo. Eu danço o amor, eu pinto em telas o amor que não vejo nas novelas.
E ele é muito fácil de amar. Ele é grande e tem a alma confortável. Ele é paciente e leonino. Ele mente com uma suavidade coisas que eu gosto de ouvir. Ele usa uma medalha de Maria de Nazaré. Aquela medalha me deu segurança porque na primeira vez que o vi, tremi de medo... do que poderia sentir.
E ele é tão doce que me deu vontade de amar. Ele não viola, sabe ouvir. Ele está distante. E eu preciso dessa ausência pra não morrer de solidão.
Então eu inventei um sonho: O jogo do Pof Pof. Quando criança eus empre preferi o pula-pula à roda gigante. E sexo com ele, se um dia acontecer, será um Pof Pof.
Ele é desejável e dissimulado. Ele some, ele ri e ele filosófa. Ele tem medo. Ele é humano e músico. Eu sinto vontade de chorar por todos os amores que se foram e pelos que estão por vir.
Talvez seja o frio e o cinza da cidade.
Talvez seja a alma que envelhece e perde a perplexidade.
Eu quero aprender a amar e deixá-lo livre para que ele nunca precise pedir para chegar.
É bem verdade que o jogo do Pof Pof possa nunca acontecer. Mas já me converteu ao abismo dos desejos secretos.
E eu desejo a pele dele, a medalha, a tatuagem, a melancolia, um beijo e o coração.
E enquanto eu espero que ele volte, eu espero a primavera, eu pinto uma tela e fotografo os homens dos tabuleiros de dominó.
Eu espero outubro, mês de Maria.
Eu faço uma novena.
Eu choro.
Eu tento estudar.
Eu procuro um bom emprego.
Eu beijo outras bocas.
Enquanto o coração aprende a amar.


Para meu amigo Luis
Salvador, 16 de julho de 2003

4 comments:

Breve Leonardo said...

[é uma chatice, mas o amor está para o poeta como o açucar para o diabético... é absurdo usar, desgastar, assim tão eloquentemente a palavra "amor", mas costumo dizer para mim mesmo que "poeta que não canta o amor é um poeta da treta!"... mas poeta poeta poeta mesmo, não procura o amor; só procura explicar essa estranha substância que se entranhou no coração e que os "absurdos" teimam esquecer desde o o 8º dia de Deus... agora Poeta tem que fazer esse "dirty job" desde que o Criador criou a pedra que não sabe como mover [juro, não estou a delirar... acabei de cortar lenha e estou cansado, mas delirado, não!]]

um imenso abraço

Leonardo B

Anonymous said...

encadenas un monton de sentimientos, que ciñen la vida.
un beso

Anonymous said...

Ojala no hubiese ninguna cadena en ese mundo.
Un saludo,
Serge

MANUPINK said...

OI CURTI SEU BLOG, ESTOU T SEGUINDO, T ESPERO NO MEU BLOG!!!BJOKAS!