Minha Terra É O Mundo

Sou de tantas terras que já nem me lembro mais... Terras de paus-brasis, Caetités, Igaporãs e Serras Gerais. Sou da porção que cabe, neste latifúndio de mundo, Cada qual no seu pedaço... No seu cantinho de mundo. Eu sou de tudo que é lado que é feito de cantoria, Onde meu peito rebenta, chora de pura alegria. Eu sou de qualquer lugar e feita de qualquer sorte. Sou flor na invernada e alforria na morte. Sou preguiçosa e sem rumo, uma cabeceira de rio que depois escorre manso: Pra assombrar num vazio de uma cachoeira alta. Sou moça já nos quarenta. De quarentena da vida. Por isso pergunte de onde vim: Do vente de minha mãe e do prazer de meu pai, mas nunca de onde sou. Sou apenas de onde estou: Uma labareda acesa: Ora riacho, noutra correnteza. Que essa vida, amiúde, é feita de muita aspereza. E se nasci d’um grito profundo : Minha terra é o Mundo! Alyne Costa 23/05/10