A Esperança e As Caravelas

Blue Nude II Henri Matisse Por entre avenidas e flores Meu ressentimento primeiro Holofotes anunciam guerras E meu canto sereno apenas pede: Paz As minhas lágrimas mudas molham as calçadas E um vendedor de balas distraído anuncia uma alegria fugaz Sozinhos meus passos seguem em paz. Em busca de um caminho que já não me lembro mais. Pouco importa, tanto faz. A fria indiferença ante anúncios de jornais. Aqui jaz a vida: mutilada, esquecida. Também se foi a crença e um bocado da fé. Esperança, teu nome é de mulher. Possuis em teu ventre o dom de gerar. Tecelã do fio da vida: borda um novo amanhã. Com meninos brincando em carrinhos de rolimã. Vai, analfabeta e aprendiz, bailarina ou atriz. Rabisca um mundo novo no quadro de giz. Reconstrói e apaga de uma vez quanta atrocidade persistir e surgir. Faz com sua delicadeza um mundo com poesia de Gentileza. Em que a gente não sucumba ante à dor e à vil esperteza. Traça em sua tela um mundo de novas caravelas. Descobridoras de novos corações e t...