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Showing posts from November, 2013

Já Não Sou Sozinha

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No horizonte da insensatez Assisto muda ao desfile do caos E uma multidão multiplica-se em mim Mitos, lendas, contos de fadas Eu já não sou sozinha E se encontro no amor um abrigo Por vezes nele também encontrou seus avessos Meus dentes roem ossos Minhas pernas tremem Minha capacidade é relativa Enfrento mares tenebrosos Engasgo com um grão de farinha Sou pródiga e rica em esperança E no meu do turbilhão uma dança - Eu já não sou sozinha. Alyne Costa, 26/11/13

Tia Avó

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Ela parece um anjo Com seus terços encantados Uma lucidez que guia Os netos apaixonados Lê cordel, reza novena Novela nõ assiste porque fez promessa É serelepe, de riso e lágrimas fáceis A gente chega perto dela e não quer mais sair Uma história emendada na outra Lembranças dos ancestrais Pombinhas visitam sua varanda Porque a casa é abençoada Mãe, Tia, Vó, Tia Avó. Todos querem seu aconchego Me deu de presente o ofício de Nossa Senhora Que hoje eu já sei decorado Tia Helena deixa na gente um sabor de quero mais: Quero mais missa Quero mais palavras Quero mais lelê Quero mais Helenita Pro mundo inteiro saber. Para Tia Helena, Alyne Costa, 23/11/13

Pecado

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Klimt Apenas no breu da noite aceito o meu desejo. Carne... Fibra... Cais... Penso nas coisas boas que você me traz: Verbo, olhar, ciúme. A minha vida sempre teve um lado obscuro. Sempre me visitaram pensamentos proibidos. É que sou assim: Desajeitada. Desajustada. Desnudada. Busco uma palavra para findar o poema, ela some. No espelho e me vejo linda. No varal as roupas alvas descansam. Se alguma nódoa ficou foi a do meu pecado. Alyne Costa 18/11/13

Caderno de Confidências

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Andando pela avenida, vejo vitrines... Anúncios de espionagem na banca de jornal. Cadelinhas passeando com lacinhos... Acompanhadas de madames. Eu sai sem batom e nem olhei pro espelho. Devo estar medonha, uma bruxa. Olho pros lados e avisto velhinhos sentados num banco de praça. O que povoa suas mentes? Vagas recordações, saudades mornas. O mundo moderno é uma aspirina. Sinto saudades dos antigos cadernos de confidências. Lá deixava meus gostos e segredos adolescentes. A infância passou... A adolescência passou... A juventude está deitada numa cama de hospital. E eu apenas perdi o medo. E me sinto viva. Com o amor que ele me deu no café da amanhã. Alyne Costa 2/11/13