Saturday, June 07, 2014

Leitora

Sob a luz do candeeiro
Uma procissão de sombras
e um canto tardio de um coqui
Os calos das mãos
O vulto na serra
Vozes que violam os tímpanos
O sangue jorra sobre o papel
Um conto de moçaa tonta,
perfura de punhal meu coração
E, sem manobra,
se misturam
Autor e obra
As vozes se calam
E, em sonho, uma festa.
A cinta liga da pin up não cabe em mim.
Nem o vestido azul de cetim.
Sou leitora voraz
Com picos de pressão
E aao caair da tarde
o sol desce a serra
e vê meu olho na escuridão.

Alyne Costa
3/06/14
Para Dênisson Padilha Filho.

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