Idioma Ontem sonhei que Nova York ouvia tango Que cantores palestinos dançavam rumba Que no Saara não haviam tâmaras e sim amêndoas Que todas as pessoas se entendiam e bailavam como os ciganos Mandei preparar um vestido dourado Um espelho encantado Como numa fábula Vi crianças darem as mãos Vi travestis distribuindo rosas vermelhas Vi pretos velhos fumando cachimbo E Dolores me amamentando A minha bandeira era um arco-íris E tremulava num céu azul de outono Ouvi rouxinóis cantando Poetas profetizando E loucos se amando No meu sonho não haviam cárceres nem manicômios E a minha roupa clareava a noite que chegava carregada de estrelas cadentes E, na cadência de um samba, Nanã acalantava o mundo As freeiras oravam com terços cristalinos Os pastores pregavam um tango argentino O Doutor chorava sua lágrima de menino E não havia nenhum átimo de dívida ou credor Ontem eu sonhei que o mundo Falava o idioma do amor. Alyne Costa 27/04/17
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Silêncio
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De monge No universo onírico em que habito Acompanho teu silêncio E em noites enluaradas costumo banhar-me numa cachoeira Ondinas me segredam canções de ninar Fados, valsas e sambas de roda Eu sou toda alma e coração Feita de amor pulsante Me olho na face oculta do espelho Acendo uma fogueira Salamandras bailam ao som de um blues Como se diz eu te amo em sânscrito? Leio e releio a carta de Paulo A madrugada assobia seu nome E a solidão amaldiçoa o medo Meu verbo Minha carne Minha pele Meu ermo Na chuva surgem fogos de artifício Santo anjo do senhor... Talvez seja amor Ou precipício. Alyne Costa, 4/04/+7
Amar Tanto e Até Morrer
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As tuas memórias no Facebook Alyne, as memórias que partilhas são importantes para nós. Pensámos que gostarias de recordar esta publicação de há 3 anos. Onde mora a minha dor? Habita o meu silêncio e permeia meus sonhos. Desenha a minha distância nos morros de um caderninho encantado. A minha letra borda em suas páginas correspondências. Cartas de amor. Cartas de despedida. Cartas de boas vindas. Algumas lições de esperança capturadas no olhar da menina de tranças. Onde mora o meu perdão? Nas flores de maio que nascem na palma de minha mão. No meu velório e na minha primeira comunhão. Numa saudade que transborda as veias do coração. Veias e esquinas. Veias e alamedas. Veias e praças repletas de flamboyants. Onde moram meus vícios? Na sede de desespero e riscos. Nas chagas da incompreensão. No abandono e na solidão. Na solidariedade e no dividir o pão. Onde mora o meu amor? No meu olhar que mareja. Na alma que inteira viceja. No corpo que ele beij...