Atrevida
Sou comovida com outonos Tardes nubladas de frio e neblina Para alguns: Irreverente Importante é que sente Dispenso rótulos Me edifico ora em cismas e ora em pedacinhos de ciúmes Há coisas que muito me aprazem Sopa de abóbora com coentro Sou única e coletiva ao mesmo tempo Gosto de vestidos tipo comprida sem roda Na linguajem de minha avó Respeito abismos e saudades Anoto meus sonhos em alto falantes A minha liberdade é cheia de atrevimento Mas no cinza dessa dor aguda e atroz Restaram eu, a xícara e o sousplat sobre a mesinha de cabeceira. Alyne Costa, 28/03/23