A Peleja e o Puxadinho
Deus um dia se zangou com a justiça dos homens
Que de vez quando assombra muito mais que lobisomem
E declarou por decreto, transcrito por algum médium
Que um dia se vingaria a começar por um prédio
O coitadinho é antigo e cheio de infiltração
Além de tudo há inseto por toda tubulação
Cupim, barata, mosquito e até escorpião
É azulejo rachado, cimento no marmorite
Interfone que não toca ou toca além do limite
Portão que quebra e requebra, terraço mal-amanhado
Zeladora sem direito e artista estabanado
É caixa d’água rachada e idoso desrespeitado
Pra azar do pobrezinho (Bell Marques não leve a mal!)
Achou de ficar situado no circuito do carnaval
Tem militar que achando pouco a bagatela do soldo
Subloca todo ano, sabendo guardar o troco
Eu agora acendo uma vela pra N. Sra. Auxiliadora
Pois vou falar um pouquinho da empresa administradora
Ninguém vai saber ao certo quem teve a ideia da lora
De colocar num predinho de 4 andares e 13 apartamentos
Sem garagem e nenhum elevador, só pobreza e sofrimento
Uma empresa pra “cuidar”, somente de segunda a sexta
Do pobrezinho do prédio, com multas e taxa extra
Deus tava era muito zangado, virado na mulesta
E resolveu de uma vez liberar uma peleja
E apesar da empresa ter fixado na mureta
Que quando tudo passar todos iriam de abraçar
O que veio foi contenda, fofoca e confusão
E haja dose de rivotril para cada reunião
Quem escreveu não indico, já tem novo candidato
O dono do puxadinho cheio de balacubaco
Deus então achou pouco o castigo dado ao grupo
Solicitou a São Genaro um grupo de whatsapp
E eu até tenho medo de virar carnificina
Porque esse grupo parece correio da Carmesina
E Deus mandou avisar que só acaba a peleja
Quando tirarem a Princesa já com pena da menina
e colocar na gestão o
Hospício Leopoldina.
Autor Desconhecido
Comments