Desapego

 

Esse mundo entre o que podia ter sido e o que é

É a forma avessa dos meus sonhos que me habita

Nada levei

Nada busquei além da total doação

De todos os meus sentidos incontidos

Talvez seja essa forma de amar ultrapassada que feito sapato já não me serve mais

Resta apenas no cadeado uma dúvida:

O que fazer com o que senti?

Coração de gente é terra que ninguém passeia

Coração de gente é feito labirinto na aldeia...

Resta uma porta que não mais voltará a se abrir.

Resta a pintura emoldurada do sentimento

Que lancei numa plataforma de desapego.

 

Alyne Costa, 15.12.24

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