Géia

 Que a ciência desafie o sacral

Já imortalizado em tantos ritos, ditos e mitos


Que o desafio seja a razão da ciência

Sua fina essência

Mas que ela não ouse tocar na arte

Que não viole a humanidade

Eis o homem em completude

Não só composto orgânico, células, tecidos

E ortopedia

Mas feito de toda magia

Que vê na ciência o que amplia

O que cria em prol da vida

Eis o homem: material onírico

Repleto do que ainda não se decifrou

Sedento de dar a mão a seu igual

Sedento de paz, de arte, de jardins em flor

Somos todos corpos mergulhados nessa géia

E quantas guerras se precisaria para destruir tudo que somos?

Imortais nas lembranças

Nos sorrisos de crianças

Na heterogenia de todas as danças

Homem, produto, meio, fonte e ponte

Faz na terra sua lambança!

Reverencie as cirandas, mas não cultue a guerra.

Permita aos vindouros o mergulho na géia.

Seja o artista deste palco Terra.


Alyne Costa, 2002 (publicado anteriormente no Usina de Letras)



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