Tuesday, January 09, 2007

R. Godá


Hoje amanheci com espírito cafundoesco. Nunca mais a alma cafundoal havia me invadido. Tava em Salvador, de recesso. Não sei como alguém pode cometer a heresia de residir em Salvador e não freqüentar o Solar do Unhão, máxime de não visitar os salões de arte do MAM... Desde que fui ao primeiro, não me lembro o número exato, não perco nenhum.
Ali uma frase me entrou pelas entranhas e me fez optar por morar (um tempo) no interior. Ei-la: “A necessidade obriga”.
Sim a necessidade obriga, ver arte, sentir arte é uma necessidade. Comer, vestir, criar filho, chorar, querer pedir demissão, querer voltar correndo pra alguém que lhe queira bem: A necessidade obriga. E obriga de diferentes maneiras.
Pois bem voltemos ao MAM, ou melhor narrarei a visita.
Começava a tarde eu tinha que dar uma passada em Sossó (minha psiquiatra que cura surto com uma simples pousada de seus olhos escandalosamente lindos em semblantes) para pegar umas receitas, tava com pânico, fobia, angústias de fim de ano represadas e marquei pela tarde. Chamei Victor para ir comigo, o moleque nem ta saindo viciado que é em Tibia (lololo maldito tibia), com muitas juras consegui sair e fiz algo que mais me dava saudade de Salvador, andar pelas ruas do centro.
Saltei na João das Botas e subi no centro médico, lá no segundo andar dei um abração em Del, coisa boa é abraçar Del e sentir sua energia, vale tanto quanto uma consulta. Não tive saco de esperar a consulta precisava passar nas Paulinas e comprar uns santinhos que pretendia tornar obra de arte e acabaram santinhos propriamente ditos, destribuidos para quem quero bem, um montão de gente recebeu e ainda está recebendo meus santinhos das Paulinas.
Logo depois do centro médico Victor cismou que queria andar pelo campo grande e cismou que alguma pomba iria fazer algo nada asséptico em sua cabeça. E, assim, entre o olho no pombo e outro no caboclo expliquei um pouco sobre o dous de julho, caboclo, árvores e seguimos pela Avenida Sete. Tinha um miserável do camelô vendendo camisas de times de futebol estrangeiros, aí pronto lá se foram 15 reais numa camisa do Manchester (nem sei se correta a grafia) e ele começou:
-Tô cansado, não vou ver unhão nenhum.
-Calma, filhoco, a gente vai nas paulinas, compra os santinhos e pro Solar é só descer uma laderinha...
Santinhos adquiridos, retorno, aflitos, mirante, ladeira,menino reclamando da ladeira, mãe explicando seu avô morou ali,no meio da ladeira vi um amigo de meu amigo, João da Mostarda que meu amigo chama de João da Salsicha, a pessoa que nos apresentou uma salsicha com mostarda que um austríaco maníaco com higiene vende num bistrô. Perguntei ao amigo do meu amigo se ele era ele, sim ele confirmou ser ele, ele mesmo, surpreendi-me com minha memória visual pois o rapaz estava sem barba e de cabelos cortados, perguntei se sabia até que horas estava aberta a exposição, afirmou não saber pois voltava do cinema.
Jesus que morreu na cruz como um ser pensante residente em salvador não sabe desse salão? Eu fico louca quando tem salão. Ligo pra todo mundo ir ver, quando posso vou duas, três vezes e dessa vez levei Victor que só parou de reclamar depois de uma coxinha com catupiry que me custou os olhos da cara e uma Fanta na lanchonete da sala de Arte. O bom é que ele curtiu a exposição.Um obra com dinheiros de artistas baianos, muito boa, uma instalação com objetos e fotos de presídio (essa o moleque se amarrou) Ele sempre gosta. Eu fiquei eufórica com esse 13º Salão por ver novamente uma obra de R. Godá. R. Goda é um artista goiano, este ano foi merecidamente premiadooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
Ui. O teclado desparou.
Premiado! O trabalho dele tem por bases algo entre polias e motores que sugere alguma ficção ou dificuldade com mecânica em física. O fato é que seus trabalhos são muito bons e várias vezes já foram selecionados pros salões do MAM, pelo menos umas três. A deste ano foi a melhor que vi. Outro fato é que não sei absolutamente nada sobre R. Goda. Só sei que é de Goiânia. Procuro por ele no google e não acho nada. Me dá um desespero incrível.
“A necessidade obriga” – Quem será R. Goda?

1 comment:

Anonymous said...

Vc ainda quer saber algo sobre R.Godá? O email dele é: rgoda1980@hotmail.com