Saturday, February 16, 2008

Ao Poeta do Giz

Rio de Contas - Ba "Para quem precisar estar perto do céu..."


Hoje eu queria fazer um poema.
Um poema para acordar o poeta que dorme.
O timoneiro do riso.
Hoje meu verbo foi pranto.
E o meu silêncio apenas abraça o jasmineiro em flor...
Sobe o pé de goiaba.
Treme de raiva.
Treme de saudade.
Treme de dor.
Hoje o meu poema dorme à sombra de uma esperança.
E em mim habita uma cega que vaga pelas ruas a pedido de oração.
Hoje o meu poema voa junto a borboletas.
E a minha impotência cala a minha ternura.
Sou aquela que não compreende.
Sou aquela sentada à espera de um milagre.
Hoje a minha poesia é prece.
Atendei-a, ó Pai.


Alyne Costa
Salvador, 16 de fevereiro de 2008

3 comments:

Luciano Fraga said...

Alyne,belíssimo poema.Invarivelmente os poemas nascem com lágrimas,dores ,sentimentos de impotência.É a própria dor do parto...

Luciano Fraga said...

Alyne,em tempo, cafundó está linkado no versoseperversos,com grande alegria valeu?

marcio mc said...

De quando em vez jogamos nossos versos para fora como um refluxo.Muito bom.