Sunday, November 09, 2008

Apartada do Cálice


Quando não há mais cálice

Nem mais carne

Nem verbo que aparte a poesia que dobra a alma

Meus Deus, me abraça...

Me pega no colo.

Faz tua vontade.

Te acerca de mim e de meus devaneios.

Emudece meus delírios.

Amansa a ira.

Quando não há mais cálice.

O que apartarás de mim?

Bendigo esta paz que me deste neste fim de tarde.

Essa chuva que cai e que molha os meninos.

Que encharca a terra e traz esse cheiro que me lembra vida.

Bendigo esta chuva, este canto de pássaro, essa fé acesa aqui dentro.

Quando não há mais cálice, pai.

O que apartarás de mim?


Alyne Costa
Salvador, novembro de 2008

1 comment:

Barone said...

"Essa chuva que cai e que molha os meninos."
Bom ver seu trabalho Alyne.