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Showing posts from June, 2013

Nova Manhã

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O meu verso não se veste em solidão Dança ciranda com tantos outros Parece ter agora acordado Mas apenas estava preso a velhos grilhões Agora berra num desfile cívico Onde se ouve o grito de seus irmãos O meu verso não passeia na praça Não teme ser calado à força Nem a forca, nem a escravidão O meu verso sente fome e frio Pega filas, respeita o sinal Percorre por grandes avenidas Mas não está perdido Paga imposto E ouve o alarido da multidão O meu verso é uma criança que brinca E brinda a esperança de uma nova manhã. Alyne Costa 29/06/2013

Urgência

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Nada é mais urgente que o amor. Alyne Costa, 12/06/13
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Toda Sorte do Mundo Tenho a cor dos que choram Dos que se despem, dos que adormecem... Tenho a voz dos que não gritaram Ficaram a esmo ou viram pela televisão... Tenho versos guardados dentro da manga Com cheiro de frutas maduras e sabor de solidão... Tenho toda a sorte do mundo: Alguns pra chamar de amigo. Alyne Costa 7/06/2013                                                                           Imagem: Beto Barreiros

Víbora

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Emudeces o grito preso na garganta. Omites a fêmea que pulsa em minhas veias. Em vez de louca me faz casta e santa. Uma estrada reta quando em mim percorrem sinuosas curvas. Tantos abismos sobre meus ais e beiras. Uma feiúra me assombra. Nada me resta da bailarina e atriz. Sobre a escrivaninha apenas a poeira do tempo, meu alento. Meus versos emudeceram de tristeza. A poesia me preenche as tardes fazendo descaso da solidão. Meus passos outrora trôpegos retornaram firmes. Sou mulher e comando astronaves coloridas. Sobrevôo fogueiras e contradições. Sou o sorriso do sim. A lágrima do não. Sou a ponte e o alçapão. A primavera e o verão. Sou ainda a velha embriagada. A bruxa sagrada. Sou a menina e sua caixa de lápis de cor. Sou verme, víbora, açoite. Sou o que fui e onde não vou. Alyne Costa, 24/01/2013