Friday, June 28, 2013

Nova Manhã



O meu verso não se veste em solidão
Dança ciranda com tantos outros
Parece ter agora acordado
Mas apenas estava preso a velhos grilhões
Agora berra num desfile cívico
Onde se ouve o grito de seus irmãos
O meu verso não passeia na praça
Não teme ser calado à força
Nem a forca, nem a escravidão
O meu verso sente fome e frio
Pega filas, respeita o sinal
Percorre por grandes avenidas
Mas não está perdido
Paga imposto
E ouve o alarido da multidão
O meu verso é uma criança que brinca
E brinda a esperança de uma nova manhã.

Alyne Costa

29/06/2013

No comments: