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Showing posts from May, 2014

Outono em Mim

O outono me nubla Espero cair a madrugada Tenho medo da morte E até tenho sorte Gosto de sorrisos discretos E o outono me silencia O vento me acaricia E eu procuro uma cadeira de balanço Já não tenho tempo para asperezas Quero a suavidade do meu roupão E um sabonete novo O outono me prende no porão E fujo na ponta dos pés Sinto sua presença Hipertensa O outono mede minha pressão E eu sigo Na contramão Alyne Costa 29/05/114

Carolina

Antes da madrugada chegar serei outra Rasgarei a ansiedade e atearei fogo Lembrarei dos beeija-flores Com suas mensagens de anjos Ontem sai na janela E beijei a flor mais bela A flor mais bela era Carolina Uma mulher ainda menina Com sorriso fonte de luz E antes da madrugada chegar Caarolina irá me abraçar Com suas mãos encantadas Me narrará um conto de fadas E cantará a canção mais bela Com a melodia típica dela E antes de eu dormir Caarolina me fará sorrir Alyne Costa 29/05/14

Bacu Pari

O rio da minha infância virou esgoto Morreu o Bacu Pari Com suas lavadeeiras Com seus meninos pescando piaba O rio morreu como morrem as lembranças Sinto frio e tenho medo Queria ao menos lavar meu pé E ouvir as cantorias das crianças Morada da minha alegria Ouvir a risaria das mulheres Com suas trouxas de roupas O Bacu Pari mora na minha memória Virou encanto Virou história Alyne Costa 29/05/14

Na Livraria

Não, eu não vou correr do medo Vou adestrá-lo Também não vou morrer de ciúme Vou domá-lo A minha febre é à tardinha E uma força bruta fezz nascer este poema Café Água com gás A mulher carrega uma crriança de colo E guarda um canivete Quando me vê, sorri Não veejo graça nenhuma Fico séria Miséria Os miseráveis de todo o mundo Querem invadir o poema Os loucos não saabem que hoje é domingo E não se importam see  amanhã é segunda-feira Não, eu não vou morrer de fome Vou salvar a fome num pen-drive. Alyne Costa 25/05/14

Sereei Sua

Não é hora de ler Clarice Nem de amamentar bezerros É hora de refletir Sobre o que me disse Queria beijar seus olhos Tão cheios de luz É tempo de confissão. Padre, dá-me um abrigo Me aponta uma direção Aquele cheiro de macho Me invadindo as narinas Tua boca tão próxima E eu sem norte Meio vesga, talvez Faço uma promessa olhando a lua: Serei sua! Alyne Costa 23/05/14