Tuesday, June 14, 2022

A Blitz no Buzú

 Carambolas, só quem já passou por uma blitz no buzú naqueles anos 90 sabe o que é adrenalina.

Quem inventou essa história deve ter sido a maledicta (desculpa, moça) Kátia Alves porque isso foi na época do ACM, o Vô.

Lá ia eu voltando do Vieira naquele Comércio R2 da Sulamérica,foi quando a Ipitanga faliu e perdeu o monopólio das linhas de Brotas, me achando a própria turista porque o azulzinho fazia uma viagem.

Eu pegava quase umas 20:00h na lateral do CAV, companhia mesmo só da galera de Brotas e de Ednilson que pegava Rua Direta pra ir pro Uruguai. Ei de confessar que Ednilson (Atual Bigu) me dava uma certa segurança.

O buzú tava passando perto da entrada pra Santa Cruz quando de repente, não mais que de repente, o motô parou e a polícia entrou e botou os homens pra descerem do buzú, a galera toda de costas, mão na parede, pro baculejo, quem não teve uma boa história com esse negócio foi Marcão meu amigo, mas isso já outro livro.

As mademoseiles ficavam sentadas e eram delicadamente vistoriadas por uma Pfem. Foi a primeira vez que eu vi uma PM Mulher. Eu usava uma bolsinha preta e levava os livros na mão o que dava um desequilibrio da Z%R$$#2, apois, lá fui eu, abrindo a bolsa e mostrando a identidade pra Pfem sorridente, mas é claro né que eu tava de butuca no baculejo da galera lá embaixo no paredão que não era ainda esse negócio aí de paredão com caixa de som, pepepê papapá, caixa de fósforo.

Sei que não devia ser uma experiência muito agradável em virtude do semblante dos vistoriados. A parada se deu ali, um pouquinho antes da subida pro Santa Cruz que até parecia uma cidadezinha de interior de tão light, digo isso porque uma vez bateu um sono e eu dormi no buzú e fui acordar no fim de linha do Santa Cruz, o porquê eu não si, só sei que foi lá mesmo e desci do buzú até esperar o outro chegar.

Não tinha nem uma fichinha de telefone pra ligar pra ninguém, mas tinha orelhão sim, bons tempos da Telebahia, meu irmão...

Fiquei lá comendo um milho assado até o cobrador, gente boa, botar uns 4 passageiros no ônibus e ainda bem que tinha passe.

Não sei nem que horas fui chegar em casa, mas eram outros São Joãos... Tirei a farda, tomei um café e uma sopa, acendi um Plaza e fui estudar pro vestibular. O pessoal do colégio me chamava de turista porque eu faltava pra caramba. Vá lá meu irmão pegue um Comércio R2 no Garcia e chegue vivo na Cruz da Redenção que você vai saber o que é turismo hoje em dia.

Dê a Cezar o que é de Cezar, era outra Bahia, e eu já iaaaaaaaa falar: "Vem de lá do Nordeste, cabra da peste".

Mas vamos lá, bandeira branca amor, não posso mais, pela saudade que me invade eu peço: PAZ!

Alyne Costa, 14/06/22


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