A lição da Lúcia Helena Galvão

Hoje depois de breves leituras e conversas matinais, depois de ter perdido um colega que deixou um bom legado em minha memória, me veio um vídeo da Lúcia Helena Galvão discorrendo sobre uma frase que diz que a gente deve se certificar se está somando na vida das pessoas com quem convivemos e que, se assim for, quando daqui partirmos e isso é inevitável, fizemos a diferença, tornamos o mundo melhor com a nossa existência.

Se não estamos somando, precisamos refletir porque alguma coisa está errada.

Depois de uma dose de filosofia que recebi de um amigo me veio à mente uma frase da Yoko Ono: “Droga é o segundo copo de água quando o primeiro já matou sua sede.”

Tudo, absolutamente tudo em excesso, é droga e é fruto de algum desequilíbrio (sem adentrar na psicologia porque ciência muito novinha e que não tenho intimidade, apesar de precisar e ser necessária na minha vida tão cheia de percalço), que talvez as religiões compreendam melhor do que eu.

Se eu fosse um estilo de época eu seria o Barroco porque eu sou desequilibrada, mas uma desequilibrada de pequeno potencial ofensivo, porque sou bem paz e amor e poesia e lirismo e arte. Mas estamos nós todos seres sobreviventes nesse mundo pós (?) pandêmico desequilibrados?

Senão vejamos, porque o Barroco e sua estética são filhos do desequilíbrio... O ser humano atual está repleto de exageros, em tudo, em seus posicionamentos, em suas colocações, precipuamente em suas relações. Está sempre precisando de mais e mais e mais. Mais pessoas, mais consumo, mais questionamentos, mais tudo. A própria religião que é o que dá esperança a alma se usada demasiadamente é excesso, sobra que gera desequilíbrio se você não compreender e não aceitar a existência de ateus e agnósticos, máxime se não souber conviver com eles.

Nessas situações de exagero seja do que for, até do mais ingênuo “baba de rua” ou uso de cosméticos temos um espelho do ser humano atual: Desequilibrado e assim o foi em diversas fases da história, e voltando ao Barroco, ele é um estilo fruto de um período de mudança de século, ou seja, carregava-se a bagagem de um século e a esperança de outro que nascia.

Só nos resta barroquiarmos o que há de bom e, consoante a sabedoria da Lucia Helena Galvão, somarmos na vida daqueles que convivemos e quiçá fazer a diferença.

 

Alyne Costa, 23/09/2024

 

 

 

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