Saturday, November 20, 2010

Vôo Livre



Eu não sei esse idioma, confesso.
E, assim, meu sorriso finge entender
Aquilo que já não se faz segredo
E nessa avenida da vida tantas vezes enfeitada
Há cores do que não me comove mais
Mais em um canto surge uma lágrima muda
Uma lágrima santa que grita: Absurdo!
É a solidão de uma lágrima única.
E todo silêncio cresce ao redor.
Silêncio de fêmea que traz nas entranhas da alma uma indignação sufocada.
Sem alarde.
Discreta e morna.
Que assombra os sonhos da mulher.
E essa indignação passeia calmamente por jardins encantados.
Joga runas, ri alto do que não tem mesmo jeito.
O desespero é a matriz dos fracassos.
E mulher foi feita sob encomenda para sagradas esperas.
E assim ela assiste ao mundo.
Ela gira.
Ela gera.
Ela faz fibra da vida e transmuta.
Desespero é redoma de sofrimento.
Mulher cresce quando abraça o vento.
E voa livre muito mais feliz.

Alyne Costa
20/11/2010

1 comment:

Leandro Kerr said...

Pena que demoramos tempo demais para aprender livre e feliz.. Ainda assim, algumas vezes, pensamos que cortaram nossas asas. Bobagem! Voe sempre!