Saturday, December 04, 2010

Lousa



Hoje me visita uma espécie de prudência.
Como se tivesse febre do seu aconchego e me chamassem Rúbia.
Como se trocada a identidade eu fosse uma nova fábula.
E no fundo do boteco, violinos e oboés, evocassem uma anunciação.
E, talvez, me chamassem Maria Tereza, só para dar as mãos um pouco mais de firmeza.
Para dar aos passos trôpegos, alguma destreza.
E, talvez, certeza, aos novos caminhos.
E eu, vôo e vou, passarinho, sozinho.
Bicando-flor, Joana de Barros, De Moura:
Amarro o laço dos sapatos.
Só pra não tropeçar.
Mas permito quedas novas.
Que vida, Dona Sem Nome e Sem Sobrenome, é de remendo e cicatriz.
E assim, se faça aprendiz.
Refaça-a sempre, na lousa com giz.

Alyne Costa
4/12/2010

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