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Brevidade

Ama como quem descasca uma laranja Que a vida é breve E plena Desata o nó do que foi Não moverá uma coluna por ti Não se atire ao porvir É incerto, impreciso e escorregadio Vive uma gota por vez Que no silêncio inexorável das horas A vida é breve Breve, breve, breve. Alyne Costa 1.3.14

Brevidade

Ama a vida como quem descasca uma laranja Que a vida é breve E plena Desata o nó do que foi Não moverá uma coluna por ti Não se atire ao porvir É incerto, impreciso e escorregadio Vive uma gota por vez Que no silêncio inexorável das horas A vida é breve Breve, breve, breve. Alyne Costa 1.3.14

Comendo Poesia

O poeta pintou na testa um poema azul Que dizia que todos eram loucos e amavam O poeta deu a volta ao mundo em sua bicicleta amarela Era poeta e era tagarela O poeta musicou a avarez da tia Eu não quero dinheiro Sorria e dizia Amanhã: Eu vou comer poesia! Alyne Costa 29.11.14

A Camponesa

Hoje eu sou a camponesa vestida de azul Me embrenhando na mata escura Dando adeus à amargura Hoje eu sou a camponesa sem terra Com as mãos calejadas De facão e enxada Tiro do cio da terra meu de comer Meus filhos trazem risos soltos E eu fico à espreita do que pode lhes causar dor Hoje eu sou a camponesa vestida de amor Muitas vezes injustiçada, calada, ameaçada Ante o sereno e a madrugada Mas tenho um companheiro que me ama E o cio enfeita de prazer a nossa cama Hoje eu sou a camponesa vestida de vida De roupa alegre e atrevida E miro a flor que me destes de presente Sou fêmea e sou diferente Na busca da lida e do pão Sou rezadeira e tranquila Minhas comadres são minhas irmãs Cada uma com uma cor que é sua Dançando ciranda sob a luz da lua Alyne Costa 28/07/14 Insspirado lo Livro "Dez Mulheres Muitas Vidas" de Scheilla Gumes e Adenor Gondim

Desencanto

Ele reclama porque me sento de pernas cruzadas Meus delírios retornam E eu não durmo Imagino o apocalipse Desconfio de todos E sinto muito medo Ele pergunta a  razão da ausência do meeu sorriso Mas  eu sou triste Tenho uma dor profunda que persiste Ele é alegre Leve e comunicativo Eu me trancafio nas minhas fraquezas Meu encaanto partiu Pra algum lugaar deserto E ainda assim Quero eele por perto Alyne Costa 21/06/14

Casa

No Pé de Oiti os pássaros bailam A minha morada é um ninho De passarrinho E de vez em quando esqueço as cortinas abertas Dores querem adentrar pelas frestas Não permito! Solto um grito histérico Hoje a casa é suavidade É feriado e chuva Meu recanto nessa cidade Me aconchego na velha colcha de retalhos A minha casa não é pequena E sob medida pro meu amor. Alyne Costa 19/06/14

Canção

Faz frio Tomo um cafe Assisto uma partida de futebol E esqueço o cigarro A pressão abaixa O sorriso de Jô voa na cozinha Quero fazer um poema Que a mão trema Que os anjos sorriam Que a   tarde caia Como cai um corpo abatido Quero fazer um poema Que denuncie a   violência Que acenda uma nova crença Alyne Costa 14/06/14

Desatino

Suor frio nas mãos, escrevo um poema Perdida num labirinto Já não sei o que sinto Um calafrrio me percorre a espinha Ele usa calcinha Ela luta box e ouve rockn'roll Um profeta seem barbas lê o apocaalipse numa bíblia ensebada. Quero a singeleza do meu Divino. O seu riso de menino, meu desatino. Alyne Costa 3/06/14

Leitora

Sob a luz do candeeiro Uma procissão de sombras e um canto tardio de um coqui Os calos das mãos O vulto na serra Vozes que violam os tímpanos O sangue jorra sobre o papel Um conto de moçaa tonta, perfura de punhal meu coração E, sem manobra, se misturam Autor e obra As vozes se calam E, em sonho, uma festa. A cinta liga da pin up não cabe em mim. Nem o vestido azul de cetim. Sou leitora voraz Com picos de pressão E aao caair da tarde o sol desce a serra e vê meu olho na escuridão. Alyne Costa 3/06/14 Para Dênisson Padilha Filho.

Outono em Mim

O outono me nubla Espero cair a madrugada Tenho medo da morte E até tenho sorte Gosto de sorrisos discretos E o outono me silencia O vento me acaricia E eu procuro uma cadeira de balanço Já não tenho tempo para asperezas Quero a suavidade do meu roupão E um sabonete novo O outono me prende no porão E fujo na ponta dos pés Sinto sua presença Hipertensa O outono mede minha pressão E eu sigo Na contramão Alyne Costa 29/05/114

Carolina

Antes da madrugada chegar serei outra Rasgarei a ansiedade e atearei fogo Lembrarei dos beeija-flores Com suas mensagens de anjos Ontem sai na janela E beijei a flor mais bela A flor mais bela era Carolina Uma mulher ainda menina Com sorriso fonte de luz E antes da madrugada chegar Caarolina irá me abraçar Com suas mãos encantadas Me narrará um conto de fadas E cantará a canção mais bela Com a melodia típica dela E antes de eu dormir Caarolina me fará sorrir Alyne Costa 29/05/14

Bacu Pari

O rio da minha infância virou esgoto Morreu o Bacu Pari Com suas lavadeeiras Com seus meninos pescando piaba O rio morreu como morrem as lembranças Sinto frio e tenho medo Queria ao menos lavar meu pé E ouvir as cantorias das crianças Morada da minha alegria Ouvir a risaria das mulheres Com suas trouxas de roupas O Bacu Pari mora na minha memória Virou encanto Virou história Alyne Costa 29/05/14

Na Livraria

Não, eu não vou correr do medo Vou adestrá-lo Também não vou morrer de ciúme Vou domá-lo A minha febre é à tardinha E uma força bruta fezz nascer este poema Café Água com gás A mulher carrega uma crriança de colo E guarda um canivete Quando me vê, sorri Não veejo graça nenhuma Fico séria Miséria Os miseráveis de todo o mundo Querem invadir o poema Os loucos não saabem que hoje é domingo E não se importam see  amanhã é segunda-feira Não, eu não vou morrer de fome Vou salvar a fome num pen-drive. Alyne Costa 25/05/14

Sereei Sua

Não é hora de ler Clarice Nem de amamentar bezerros É hora de refletir Sobre o que me disse Queria beijar seus olhos Tão cheios de luz É tempo de confissão. Padre, dá-me um abrigo Me aponta uma direção Aquele cheiro de macho Me invadindo as narinas Tua boca tão próxima E eu sem norte Meio vesga, talvez Faço uma promessa olhando a lua: Serei sua! Alyne Costa 23/05/14