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Showing posts from February, 2022

Sorte ou Revés

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    Não há mais pra onde enlouquecer Não há mais noite ou dia Sem lua e estrela não há magia Nem telepatia Não há roupa no armário da sua cor Pensando há Sonhando há Minha ternura mora na minha timidez Num barco de insensatez Sem armadura, eu sou candura Pura ternura Já não sou mais triste E habita em mim toda pureza que existe E insiste e persiste e resiste Sonhar um sonho bom sem preço E mesmo que meu time perca, caia, suba ou vença Não há de haver desavença Será que ele jogou Scotland Yard ou Banco Imobiliário Nem acredito em morte... Não há revés, é sorte.   Alyne Costa, 19/02/2022  

Pipoca no Jantar

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  Nem precisa chinelo Eu gosto mesmo é de ficar descalça De navegar Gosto de mar e de lua cheia De ver sereia na areia De macaco, elefante e de turbante E tá, taratatá tá tudo bem Muito zem Com ou sem? Pimenta na moqueca, neném. Maniçoba, faz é bem. Quero ser feliz também. Quiabada, então, demais... E dai? Se eu tô sem calcinha? Daí ver o envelope? CEP? Mudado. Endereço? Retificado. Calor? Muriçoca? 3ª Guerrra? Me erra? Carnaval na pandemia: Assimetria. A gente inventa e bebe até uma coca: De pirar? Saulo e Pipoca.  Alyne Costa, 18/02/22 Alyne Roberta Neves Costa, 18/02/22

Miau, Miau, Miau, Cocorocó

  Acredito que toda uma geração foi marcada pelo vinil. O vinil tinha sua magia que nem o melhor rádio do mundo sonharia em substituir. Quem usou vinil sabia da sua delicadeza, era como um prêmio adquirir um vinil do artista predileto. E o cuidado necessário e, quase ritualístico com a sua manutenção? Solução, esponja para retirar o pó, plástico para proteger, antes de guardar na capa de papelão com um desenho psicodélico ou uma fotografia do pop star na capa. Não podem ser esquecidos os compactors. Pequenos discos com apenas uma ou duas faixas de música, geralmente um hit. Historinhas infantis povoavam meu imaginário. O primeiro vinil que ouvi foi numas rápidas férias em Caetité com Tio Paulo e Tia Valdirene, quando os dois moravam numa casinha em frente à casa de Tião Costa, na Rua Saldanha. Eu voltava das minhas primeiras férias depois de ter vindo estudar em Salvador, estava com 06 anos. Lembro que fiquei horas impactada com a capa do disco, os quatro animais: a gata,...

Para gostar de ler

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 Enquanto o pequeno infante, repousa no jardim de Odin eu viajo para tempos distantes. Procuro saber de onde veio essa paixão por ouvir e contar histórias. Talvez das histórias que me contavam quando eu ia dormir. Sejam elas do rico imaginário popular ou das de Pedro Malasarte, dos irmãos Grimm, do Rouxinol que meu pai contava com seu entusiasmo peculiar. Depois vieram os disquinhos, os livros, Pequerrucha e A galinha Quiquita que contava a história de uma galinha que tudo se esquecia e quando a mãe lhe perguntava aonde estava as coisas ela respondia: -Ah, mãe, eu me esqueci! Isso bastou pra minha mãezinha me botar a alcunha de Quiquita, toda vez que eu me esquecia alguma coisa. Depois veio a fase biblioteca, livros folclóricos com lendas indígenas, africanas, depois a fase da Coleção Para Gostar de Ler e Vagalume, Christiane F, Agatha Christie, Sidney Sheldon e as primeiras viagens poéticas: Cecília Meirelles em Ou isto ou Aquilo. Livros, livros, livros e mais livros. Jornai...

A Ilha

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   Estamos cercados. Vírus, armas, cavalos alados. Somos todos ilhas... Cercados de sonhos por todos os lados. Somos o P de Peter Pan o P de poesia. Somos uma frangância leve de lavanda... Um soninho em Luanda. Ai, solidão, em plena diáspora das crianças que caminham, caminham, caminham... Ai, meu Deus, quanto horror há no temor. Eu quero um banho de cachoeira. A valsa com um beija-flor. Queria um retrovisor. Ouvir Novos Baianos. Ler um baralho, cigano, se não me engano. Quero aprender a ser, sem temer as angústias obscenas da minha face secreta. Quero amor sem indireta, sem metáfora, sem meta, sem a palavra certa. Quero amor de improviso. Num riso. Alyne Costa, 09/02/2022 (ao som de Sonífera Ilha, Titãs)