Wednesday, February 09, 2022

A Ilha

  

Estamos cercados.

Vírus, armas, cavalos alados.

Somos todos ilhas...

Cercados de sonhos por todos os lados.

Somos o P de Peter Pan o P de poesia.

Somos uma frangância leve de lavanda...

Um soninho em Luanda.

Ai, solidão, em plena diáspora das crianças que caminham, caminham, caminham...

Ai, meu Deus, quanto horror há no temor.

Eu quero um banho de cachoeira.

A valsa com um beija-flor.

Queria um retrovisor.

Ouvir Novos Baianos.

Ler um baralho, cigano, se não me engano.

Quero aprender a ser, sem temer as angústias obscenas da minha face secreta.

Quero amor sem indireta, sem metáfora, sem meta, sem a palavra certa.

Quero amor de improviso.

Num riso.

Alyne Costa, 09/02/2022

(ao som de Sonífera Ilha, Titãs)



1 comment:

Fátima Fróes said...

Sim, Alyne, ilhados.