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Showing posts from February, 2024
Aninha, menina sem fita Sem doce no bolso Sem roupa bonita Sem sapato novo Sem festa, nem bolo Sem boneca estrela Sem Walt Disney Sem valsa de 15 anos Sem choro nem vela Que mais querer, Aninha? É tua toda a Primavera. Alyne Costa, poesia de 2004
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  Ah, Brasil! Esta pátria minha de alma circense... E não é que descobri na poesia de Bandeira que Catulo da Paixão Cearense Era, de fato, maranhense? Alyne Costa, poesia de 2004
  Ontem me visitou um beija-flor azul Eles me visitam sempre E pairam mudanças no ar Boas novas, esperança, acalanto Têm o poder de secar um pranto Não importa a rota torta O quase entupimento da aorta Eu pulei a cerca de arame farpado E me deparei com a solitude Os beija-flores podem ser anjos Seu pouso é breve como a vida Seu canto o idioma de Deus Um girassol é flor de bom destino E o alfazema perfume de bebê Mas beija-flores... Ah, os beija-flores... São asas de encantamento.   Alyne Costa, 20-02-2024
  Ousando   A gente se cansa. De vez em quando a gente não consegue nem mais erguer a cabeça. Se cansa de ser honesto e ser autêntico. A gente se cansa de ver os mesmos rostos nos noticiários justificando o que não se justifica. O mesmo modus operandi a cada quatro anos. Alianças, conchavos, alianças, conchavos, traições, mentiras, a gente se cansa. O coração fica miudinho e não há dinheiro que restaure vidas massacradas. Às vezes a vida massacra, sem dó nem piedade. A gente ri porque não tem jeito mesmo. E, de vez em quando, no meio do riso, a gente chora. A gente se agarra à fé, mas são tantas versões de religiões... A gente se encanta e se desencanta. A gente chuta o balde. A gente deixa de acreditar em dias melhores. E passa a conviver com o cinismo. Às vezes uma crueldade é tão grande que por mais que você tente sobreviver percebe que morreu um pouco. E, de tanto viver nesse reino de injustiça, a gente quer enlouquecer. A gente quer and...
  De tanto querer   Às vezes o querer bem assola a gente E brota sentimento Como flor diferente E o bem querer de não querer ver O outro sofrer, passar perrengue É querer ver o sol brilhar no coração de alguém Pelo simples fato de desejar o bem Saber pedir desculpa, sentir saudade Desejar saúde plena e não pela metade É ser vida servida num reino de intriga É saber amar em várias nuances O querer bem é mais uma chance Em cada momento: Um acolhimento Um riso intenso e interno Mesmo esperando um outono Numa alma que chora num inverno De distância, silêncio e poesia Que mora na alma de uma utopia.   Alyne Costa, 10-02-2024
  “Pega teus desejos Do corpo e Da alma E faz canção, poema, revolução.” Viviane Lucas
  Já era   Havia um tempo que eu amava e amar me bastava Bastava com bastam os pequenos raios de sol Aqueles que adentram as persianas e fazem festa na janela Havia um tempo que eu amava e queria rechear a vida Como se a vida fosse um bolo de aniversário Daqueles bem antigos e confeitados Mas quis a vida que eu abrisse mão do que não cabia mais em meus braços E, fez da minha alma esse ser manco, travesso e consciente Ciente que um pé atrás não é ser refém da desconfiança A vida fez tanta lambança nesses meus poucos anos Foram tantos planos e tantos desenganos que confesso a vocês Meu coração? Meu coração já era! Alyne Costa 04/02/2024