Friday, May 03, 2024

 

O Canivete do Barba Azul

 

Havia um tempo em que as lembranças eram doces

E tinha a sutileza de campos floridos

Das crianças e seus alaridos

Havia um tempo em que eu me permitia amar

E sonhava com uma casinha branca de portas azuis e sonhos nas janelas

Mas meus sonhos não envelheceram comigo

Foram todos sepultados pelo barba azul

Eu, na minha tolice fazia mimos no barba azul...

Cuidava até mesmo da sua gripe

Nada importa mais

Tampouco a eternidade das dívidas

O que importa mesmo é que o barba azul com sua impiedade esperta

Arrancou meu coração com seu canivete suíço.

 

Alyne Costa, 4/05/24

 

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