Ou se tem chuva ou não se tem sol,ou se tem sol ou não se tem chuva!Ou se calça a luva e não se põe o anel,ou se põe o anel e não se calça a luva!Quem sobe nos ares não fica no chão,Quem fica no chão não sobe nos ares.É uma grande pena que não se possaestar ao mesmo tempo em dois lugares!Ou guardo dinheiro e não compro doce,ou compro doce e não guardo dinheiro.Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...e vivo escolhendo o dia inteiro!Não sei se brinco, não sei se estudo,se saio correndo ou fico tranqüilo.Mas não consegui entender aindaqual é melhor: se é isto ou aquilo. Ou isto ou aquilo. Cecília Meireles Cecilia Meireles me iniciou no reino das poesias, através de um livro: Ou isto ou Aquilo. Era um livro com gravuras lindas e eu que me acompanhei por toda vida por dúvidas e questões devo este mérito a ela: Ou Isto ou Aquilo. O livro deve existir ainda na biblioteca de Igaporã que leva o nome de uma grande educadora, Dona Olver. Bom, Dona Olver eu conheci viva, foi colega de minha avó Mar...
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Showing posts from 2006
Saudade e banzo
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Saudade aqui enraizando num canto qualquer da alma.... Traumas de Roberto Carlos na voz de Rodrigo Amarante rolando em mp3... Quanta modernidade e quanta saudade. Saudade é assim... Reencontro em sonhos, remendos no coração e a gente que é meio mambembe e meio capela fica assim falando mudo sem que ninguém nos escute. A gente que pensa que não. Já disse e repito: palavra tem poder! Imagina a dinastia que não gera um sentimento... Amor novo na área, se derrubar é gol. Sempre fui boa na pequena área... Garrinha, Zico, Romário: futebol arte - faz parte! – e a gente fica assim com a bola dividida entre a estrutura e a fundação, o criado e o porvir, o edificado e o acabamento. Bom e eu que hoje ia falar de ciúme acabei falando de saudade. Ciúme é ter perto e pensar que não tem... Já a saudade é saber que tem e saber que o tido não está contido, por estar distante, mais além... O tido está no infinito... Ou no que estar por vir; saudade é cheia de esperança... É assim... Tem gente que sente ...
Manchete
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Elefante Rosa amanhece boiando no Lago Igapó. Eu não vou entrar no facebox. Eu não uso o Gazzag (nem vou usar). Eu deleto mensagens power point. Eu quebro corrente. Sugestões para título de livro a ser publicado: “Entre, Aspas...” “Entre! Aspas...” “Entre... Aspas?” “Entre Aspas” “Quem pensa que todos os frutos amadurecem ao mesmo tempo como as cerejas, nada sabe a respeito das uvas.” Paracelso
Blues da Maternidade, Beth embalança...
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“E na sua meninice, ele um dia me disse que chegava lá... Olha aí, ai o meu guri, olha aí...” Bom, de repente eu me deparo com uma pergunta: “-Mãe, quem foi Cazuza?” Caí na real... Meu Deus, eu estou velha. Foi ontem que assisti pela tv a notícia da morte de Cazuza. Foi ontem que ouvia no rádio, na verdade era um rádio de carro adaptado a umas caixas de som, aquela canção: “Pode seguir a sua estrela, o seu brinquedo de star..”. Foi ontem que vi no Chacrinha aquele gato de all star vermelho, cantando, rebolando freneticamente, enquanto o apresentador jogava bacalhau para a platéia. As letras de Russo sempre me tocaram mais que as de Cazuza, porém este último foi de uma coragem admirável. Ai eu me deparo com a realidade que meu filho está crescendo e que eu não estou apta para determinadas perguntas, eu não estou apta para o botox, mas a aptidão pode se fazer de improviso, sem choro e com riso. Bom, moderninha, abri o google e joguei lá: Cazuza. Chamei o moleque e mostrei: Este aí foi Ca...
Cara de Palhaço, Pinta de Palhaço
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Foto retirada do site: http://www.redemulher.org.br/encarte54.html 2o. lugar Associação de Mulheres Palhaças As Marias da Graça (Rio) Queria escrever alguma coisa, mas a palavra hoje resolveu calar. Anorexia total. Imaginando comidas. Ai um torresmo! Ai um corato! Segunda-feira de total letargia. Sem ânimo. Surtando... De vez em quando eu surto. De vez em quando eu tenho ataques histéricos. Fora uns tremores. Tremo tudo, sinto frio, parece q estou saindo, mas não saio, fico. Causa do último surto: um ataque de risos. Ai, vira um velho amigo:”E você ri da miséria dos outros?” Eu que já havia sentido todos os livros de Victor Hugo caindo sobre minha cabeça, penso: Que porra. Aonde está indo parar minha sensibilidade? Mas quem guenta? Rir é emoção, e eu não ri da miséria, eu ri do miserê. Ô misere... Tem gente que não guenta ver queda que ri. Eu até respeito a queda. Eu não acho graça nenhuma. A tia de uma amiga morreu atropelada por uma bicicleta numa calçada. Tudo bem que não tem hora p...
A Arca
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Foto e Arte: Alyne Costa Na prateleira, lembranças e perfumes Alguém me disse: ponte Ouvi: sentimento Nas gavetas, revistas, antigas buscas... Alguém me disse: mapa Ouvi: fronteira Um cão vadio, um vira-lata, vagabundo Um sol, um som, batuque de lata, avião Mulher, robô, sistema, bússola, cratera Saia, calcinha, meia, granola, aveia, azeite Homem, menino, moleque, boné, suco de frutas Rita Lee, Latino, Pelegrino, poesia, canção Chico, Amado, LH, CPF, RG, RH Suor, boca, fonte, desejo, monte Carinho, telefone, platéia, coração Olcadil, camomila, swing, babatimão Lua, giz, chafariz, aprendiz Jurisprudência, ciência, freqüência, alta-tensão Pássaro, sacola, meia-sola, atriz Litoral, avental, sonho e sertão Palavras soltas na mala de quem deixa a alma na estação. Batom vermelho, camisinha, fio dental Mapa-astral, sinastria, carta-natal Artesanato, porta-retrato, branco, lorildo, mulato Coisinha a toa Brisa, vento, garoa Coisinha séria Tumulto, terror, miséria Rio, foz, eflúvio Chuca, tempor...
Bem Bom
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Depois da ressaca cívica a gente acorda de cara com o Brasil de dentro. Tenho dito que meu problema é endógeno e não exógeno. Solidão dói muito. Moinho no peito. Amor batido, pisado no pilão da minha alucinação. “E a voz do anjo sussurrou no meu ouvido, eu não duvido já escuto os teus sinais.. e tu virias numa manhã de domingo, e eu te anuncio nos sinos das catedrais.” Pra piorar eu não vejo novela. Prefiro Internet e voyerizar o orkut, agora descobri os fakes ou eles me descobriram. Ainda vou criar um fake, mas tô com uma preguiça... Não vejo novela porque é chato, muito longa e a gente cansa. Prefiro as mini-séries, como a inesquecível Anos Rebeldes... Monday, Monday.... Hoje eu só tô que assobio. Mas tenho assistido muitos filmes que pego na locadora de Kaká, a artista q fez a pintura do rádio da foto. Alegrinha. Tem um fusca que é uma bela instalação, cheio de frique-friques e pretendo fotografá-lo. Eu sempre atraso na entrega dos filmes, ai ela liga pra lá mil vezes e eu, então, r...
About Cordel
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foto retirada do site: http://web.uni-marburg.de/voelkerkunde/forschung/start.html Literatura de cordel é umas das mais resistentes formas de manifestação da cultura popular. Sempre fui apaixonada por cordel e lembro-me de muitos dependurados numa corda nas proximidades do Colégio Mercês, na Avenida Sete. Os mais interessantes, sem dúvida, eram os endereçados aos políticos de então. “Estando desocupado o grão-duque satanás teve uma idéia nociva, horripilante e mordaz misturou merda de porco como se fosse caramelo e ao soltá-lo no mundo batizou o vagabundo: Fernando Collor de Mello.” Não me lembro a autoria deste, mas circulou nas ruas de Salvador no início da década de 90. Vendidos em feiras, portas de Igreja, nas vias públicas e dependurados em um cordão, daí cordel, é uma singular forma de expressão do imaginário popular. Artistas nordestinos consagrados, em sua poesia apresentam traços de Cordel, como Alceu Valença em Romance da Bela Inês e Zaca Baleiro em Bienal e até mesmo Raul Se...
Cangaço, homem-bomba e pacifismo sertanejo
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Imagem: Cangaceiro Az de Ouro - Aldemir Martins ( http://www.pinturabrasileira.com/obras.asp ) Lampião, Conselheiro, Os Sertões, Graciliano Ramos... Tudo que envolve a história, os mitos, a realidade do sertão sempre me fascinou. Os pés rachados, manchados do meu avô, a enxada na terra seca... Acordar de madrugada pra beber o leite no curral. O barulho dos carros-de-boi me acordando nos sábados de feira. O sertanejo carrega o sertão em sua alma em qualquer canto que viva. Uma naturalidade em face do adverso. Uma coragem diferente, uma tendência à vitória em seus caminhos. Assim como o solo vence quando chegam as águas. Meu avô sempre falava: "nas águas". Referia-se a época das chuvas, época de fartura, de milho verde, de umbú, de feijão e época que me lembra Refazenda de Gil: "Cedo antes que janeiro doce manga venha a ser também". A época das águas, normalmente, era janeiro, em pleno verão, tanta fruta, tanto doce, tanto sonho, mato verde, nem parecia sertão. Tá cer...
Abrindo a Janela
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Vou abrir ao mundo meus cafundós. Tudo que ta guardado lá dentro: impressão ou sentimento. Pode ser que pinte poesia, de safra boa, frasinha à toa, musiquinha que lembre alguém. Tudo que emane dos cafundós desse meu coração. Estou me sentindo como quando fazia minhas agendas na adolescência. Pena que não dá pra colar, recortar, artesanalmente. Minhas agendas sumiram, sumiram nada. Foram furtadas! A autora do delito famélico-lírico (só pode ser fome de emoção) foi Lú, Lucitânia, a primeira babá de meu filho, ela vivia com as agendas na mão copiando frases, poesia, escrevendo carta para o namorado. Depois que ela foi embora porque na época eu não tinha um puto, as agendas sumiram. A miserável não me deixou nenhuma mágoa, mas que saudade de fazer agenda, que curiosidade de saber o que nelas escrevia, os códigos, os amores, os chororôs, calundús, dedicatórias... Ró, minha amiga, ainda guarda as dela, de vez em quando relê e me conta, assim, acaba tendo documentada uma parte de meu passado ...