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Showing posts from October, 2007

Entre o Toblerone e a Gravata

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Gravura retira do site: http://www.dfonline.com.br/gravata.htm Meninos que usam gravatas, favor conferir. Meninas que dão nó em pingo de éter: vale a pena conferir! Quando o desencanto chega você procura algo mais... Um sabor novo, algo em que você confie e se entregue, uma mão que você aperte e sinta, são mãos como as minhas, fibras da vida! Com as pessoas cujas mãos confio costumo brincar: -Aperte minhas mãos, elas tocaram as mãos de Irmã Dulce! Irmã Dulce para mim era de uma docilidade incrível e não foi por pouca razão que viveu tanto. Viveu da entrega, da doação, do amor incondicional ao próximo, assim como Madre Tereza e Chico Xavier. Vida é missão. Eu não sou santa, nem um pingo! Na hora da raiva rogo praga mesmo! Outro dia ao elogiar a gravata de um colega, outro colega falou:“_ Meu Deus, que falsidade!” Bem, a gravata era de fato bonita. Mas me deu vontade agora de discorrer sobre falsidade. Ah... Que delícia! Esta semana conversando com uma mulher gloriosa chegamos por ac...

Enquanto as Velhinhas Rezam o Terço

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Foto: Rosário by: Alyne Costa Enquanto as velhinhas rezam o terço, a tardinha cai divinamente nesta esperança que seus olhos têm entre uma e outra ladainha.E a dor que elas aprenderam a domar, com o tempo se esconde atrás das cortinas, dos crucifixos ornados que ocultam o martírio daquele homem morto pelo próprio homem.Elas emudecem o sofrimento na luz das velas acesas nos castiçais e que choram por elas em suas parafinas. E nem se dão conta do bailar das salamandras.E em diferentes cantos das casas se erguem oratórios, sagrados corações - de Jesus, de Maria e os delas mesmas - imaculados por um só monossílabo: Fé.Um marido morto, um filho perdido, pra vida ou pro vício, um parente doente, uma dorzinha incômoda, de corpo ou de alma e eis mais uma novena, uma eucaristia, um jejum, uma missa e uma promessa.Enquanto os dedinhos enrugados das velhinhas perpassam as continhas dos terços, os dias, os meses e os anos se passam, atravessando o tempo como galope de uma oração. Inexorável, al...

Um Cara Chamado Che!

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Por um certo tempo eu li sobre a vida e a história deste cara. Algumas pessoas fizeram a vida valer a pena... Para Ele minha homenagem e para tudo que um dia sonhei... Breve meditação sobre um retrato de Che Guevara José Saramago *Não importa que retrato. Qualquer um: sério, sorrindo, arma em punho, com Fidel ou sem Fidel, dizendo um discurso nas Nações Unidas, ou morto, com o dorso nú e olhos entreabertos, como se do outro lado da vida ainda quisera acompanhar o rastro do mundo que teve que deixar, como se não se resignasse a ignorar para sempre os caminhos das infinitas criaturas que estavam por nascer. Sobre cada uma dessas imagens se poderia reflexionar profundamente, de um modo lírico ou de um modo dramático, com a objetividade prosaica do historiador ou simplesmente de alguém que se dispõe a falar do amigo que descobre haver perdido porque não o chegou a conhecer.Ao Portugal infeliz e amordaçado de Salazar e de Caetano chegou um dia o retrato clandestino de Ernesto Che Guevara, o...

Caravana de Sonhos

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Pigg retirado do site: http://pcdec.sites.uol.com.br/ Haverá um tempo em que as pessoas não mais usarão sobrenomes. Sua identificação civil na será substituída por barras de indicação, pois serão ressuscitadas algumas expressões como: Amor, Bem Querer, Meu Bem, Meu cheiro, Catita, Dengosa... E todo mundo vai se chamar feito namorado e namorada e este idioma não se transformará em nenhuma babel. Amanhecerá um dia em que as crianças, entre si, trocarão seus brinquedos como se estes fossem sonhos. E as lojas de brinquedo deixarão de ser lojas e se tornarão reinos. As grandes fábricas não serão fechadas, serão anualmente premiadas como máquinas de ensinar a sonhar. Será instituído por lei que toda criança até os 12 anos de idade precisará ver ao menos três vezes o filme: “A Maravlihosa Fábrica de Chocolate”. Para que possam acreditar para sempre que sonhos não têm limites! Amanhecerá um tempo em que as cidades tornarão peças de museu os seus semáforos porque as ruas serão invadidas por in...

As Pessoas Mentem

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Pigg retirado do Blog: http://bibiloni.cat/blog/?p=225 Hoje escrevi um texto bonito sobre esperança, sonho de ver semáforos apena em museus e o mundo colorido por inúmeras bicicletas em lugar de automóveis, quando os homens acordaram e perceberam que além de não poluir, elas conduzem e são muito, muito mais divertidas... Mas o texto que atormenta minha alma é outro, fala sobre mentiras e confiança. Semana passada, comendo uma pizza com um casal de amigos, um deles me disse: "O amor tá acabando..." Aquela frase soou em meus ouvidos como verdade e daquelas que machucam... Lembrei de minha prima Sylvia. Fomos criadas tão distantes, mas somos tão parecidas, na genética, no signo, na ironia, até no tortinho do dedinho da mão. Mas em nossos encontros tão raros, ela com sua genialidade e sensibilidade me ensinou tanto. Por incrível que pareça, me apresentou Nelson Rodrigues.... Em uma noite ao visitarmos uma exposição eu tremia. E ela, com todo seu conhecimento científico foi branda...

A Cor

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A cor da fita é o laço A cor do tênis: passo A cor da vida é o destino A cor do homem: menino A cor do dia é o apreço A cor da morte: endereço A cor do orgasmo é a fonte A cor do sol: horizonte A cor da meretriz é a rua A cor da melodia: aleluia A cor do vermelho é a maçã A cor da cura: romã A cor do sorriso é o bis A cor da bailarina: atriz A cor do desejo é o sexo A cor do sentido: nexo A cor da letra é a canção A cor do acorde: violão A cor do som é a certeza A cor da mão: destreza A cor da abelha é o mel A cor do idioma: babel A cor da lágrima é o sal A cor da pele: sinal A cor da razão é a verdade A cor do carinho: amizade A cor da tristeza é a dor A cor do arco-íris: Amor. Alyne Costa Salvador, janeiro de 2005 Para Gabriel, o poeta tímido (Barralino)

Ritos

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Corpus Christi-Farmácia de Dona (Igaporã-Ba) Teço tranças e rasgo fios Vejo luas e rabisco navios Febres Odores Calafrios E se me calo, verbos flutuam No parapeito do que hei de ser Pertenço a qualquer lugar que me comporte Minh`alma é crespa Cultuo vendavais de toda sorte Tensa Suturo incertezas de um destino que rompe tardes Arde Atritos sobre o magma adormecido de um vulcão Vertente Poesia é o meu espelho oculto em erupção. Alyne Costa Salvador, setembro de 2004

Uma Pequena Flor

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Hoje eu cometi uma pequena loucura... Minhas finanças não estão 100% em ordem e eu fiz uma loucura, eu me dei um presente. Na verdade, minhas finanças dificilmente um dia vão estar em ordem, porque se algum dia eu ganhar muito, eu vou gastar muito, eu vou fazer caridade, eu vou dar presentes para pessoas que não costumam receber presentes. Eu vou me proporcionar um prazer de convidar a um restaurante muito bom uma celebridade da mendicância como o Roberto Bittencourt*. Hoje já é um sucesso eu conseguir pagar minhas contas em dia. E não que fazer isto me torne mais digna que aqueles que não conseguem o mesmo, mas porque dever é uma coisa que simplesmente me angustia... Mas sempre vi o dinheiro como algo flutuável... Não sei como, mas ele sempre aparece. Não suporto economizar, guardar, juntar, acho um verdadeiro pé no saco aplicações econômicas. Tudo bem que eu nunca tive dinheiro para aplicar, mas acho um porre aquele bando d elouco que trabalham nas bolsas. Meu Deus, aquilo é uma verd...

Oratório

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Agradeço a Deus as tantas coisas boas... As mágoas que não ficam. Os dons da imaginação. Os versos que frutificam... As cismas que assustam e, assim, fortalecem-me. Agradeço ora com rezas decoradas. Ora com histórias inventadas. Com risos soltos a vapor. Agradeço pelos que foram pelo vão das portas abertas. Os que chegaram em horas incertas. E os poucos que permanecem. Assim, agradeço de cócoras sonhando fumar cachimbo. Velando o sonho do menino que cresce, sem fazer caso algum das rugas que aparecem. Que o tempo é mago e dá seu valor. Nas dobras da alma que já não se ilude mais. Que minimiza exigências e valoriza a paz. Agradeço os poemas de Bandeira. Ê Deus que tem tanta forma de falar. Agradeço pelos que criam e lavam em fontes uma esperança que parece adormecer. E Fé eu tenho muita. Daquelas de ir à missa, rezar o santo ofício de joelho e temer as previsões do apocalipse. Fé enorme na alfabetização, de criança e idoso. Ê mundo novo que surge quando alguém aprende a ler. Agradeço as...