Estrela Guia

Aprendi já tarde a lidar com urgências. É que sentimentos não se encontram em lojinhas de conveniência... Ontem meu amor e eu misturamos as lágrimas. Pude então entender a vastidão da compreensão. Não fui feita para pressa, nem desespero. Fui moldada para ter esperança. E quando ela não chega, me encolho. Agasalhada, leio os novos poetas... Novas direções, tantas setas. Sigo-os em busca do sol. A minha veia matriz germina sonhos em pedacinhos de algodão. Lembro da resignação de meus avós. Da fé, da honestidade e das relações de compadre e comadre. O respeito por quem tinha estudo. E qualquer assombro levava-se a dizer: “Misericórdia.” A vida que levou minha inocência, levou também meus assombros. Serei eu a poeta dos escombros? Cantarei o que sobrou? Não, tenho a esperança que me inunda os olhos. Tenho o condão do perdão. E a poesia como estrela guia. Alyne Costa 30/04/11