Adélia, a mulher que Drummond presenteou o mundo...
Ontem soube da notícia da premiação do prêmio Camões pela
mulher brasileira, mineira de Divinópolis, Adélia Prado.
Adélia em sua poesia transmuta o mundo.
Uma tarde, sentada num café, após o trabalho, li de um gole
só seu livro Bagagens. Antes eu só conhecia a poesia de Adélia por seus textos
publicados no Jornal da Poesia e, nossa, Adélia é uma centelha divina sobre a
face da Terra.
Sua poesia nos pincela a alma.
Drummond, o gauche, revelou Adélia ao mundo.
Certa ocasião, quando lancei 29 Fragmentos, mandei um
exemplar à minha professora de Literarura do então 2º grau, Madalena Ferreira,
através de minha tia Valda, a pró Valdinha de muitos de vocês. Eu, muito
envergonhada, porque sou tímida de doer, não tive como agradecer a Madalena de
quem fui monitora no 3º ano por tanto e talvez, porque a vida é muito curta,
não tenha a oportunidade de dizer o quanto ela foi importante na minha vida e
na de tantos outros sensíveis, bem Madalena é outra história, ainda escrevo
sobre ela...
Apois, eu quase desmaiei no telefone quando com aquela sua
voz sublime Madalena me disse que “sem nenhum demérito a minha poesia lembrava
a de Adélia Prado”, só respondi que amava Adélia Prado.
Eu talvez tenha como reclamam alguns, muita memória, lembro
do dia que tomei cravo batizado no pelô e acabei com a terça da benção de todo
mundo, lembro sim, lembro de momentos iluminados também, somos isso...
Inconstâncias e lembranças e, talvez, por amar aos meus amigos, todos
indistintamente, eu as vezes lembrando vou da gargalhada ao pranto.
Um dia recente, comentei uma lembrança com um amigo, que,
taciturno, me respondeu: Tua memória tem é coisa! Para me resgatar daquele
quase constrangimento surgiu uma frase de um poema de Adélia: “O que a memória
ama fica eterno.”
Obrigada Madalena, Sibele, Maria do Carmo, Dilza, Célia...
Mais obrigada ainda a Drummond...
Adélia vive! Viva Adélia Prado!
“Mulher é desdobrável, eu sou!”
Alyne Costa, 27/06/2024
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