“Indecente é não ter Direitos!”

Essa foi a frase que li hoje perto do meio dia, quando fui ao mercadinho comprar algo para preparar o almoço do Domingo.

Estar na bag de uma entregadora de aplicativo, uma moça bonita com capacete e cabelos longos, quando li a frase que me chamou imediatamente a atenção, falei:
- Ei, moça, gostei da frase da sua bag!

Ela, com um pacote na mão que parecia uma embalagem de presente me respondeu:
- Ah, é isso aí! Obrigada, tamo junto!

Segui meu caminho e gritei pra ela:
-Tamo juntas!

Eu concordo ipsi literis com a frase, é exatamente isso! “INDECENTE É NÃO TER DIREITOS!” E  isso vale pra qualquer coisa, qualquer direito, seja ele dos fundamentais previsto no art. 5 da CF, passando pela Maria da Penha e indo ao direito ao cumprimento das leis penas em ambientes salubres e adequados à dignidade da pessoa humana.

Esse rótulo de “indecente” usado pra um tamanho de saia ou para um simples cruzar de pernas, é um atentado à liberdade, direito básico e pai de tantos outros.

O corpo é meu, assim cubro-o como quiser e dispo-me para quem quiser, afinal estou no ano de 2024, uso as palavras que quiser desde que não ofenda o direito de ninguém, é falar palavrão ou “nome feio” não é menos decente que passar fome!

Indecente é a fome.

Indecente é o preconceito em qualquer forma de manifestação.

Indecente é o mal uso do erário.

Indecente é a corrupção.

Indecente é a violência, filha da fome e da má distribuição de renda.

Indecente é ter vergonha de amar A, B, C ou D!

Indecente seria se eu me calasse ao ver uma entregadora carregar em sua bag uma frase que traz em si o gérmen da transformação que o Brasil e o mundo precisa:
“INDECENTE É NÃO TER DIREITOS”.

Alyne Costa, 09/06/2024

 

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